Responsáveis pelo Método BH, embrião da Virada do Serviço Social, foram homenageadas em Dia da e do Assistente Social

Publicado em 17/05/2019


Assistentes sociais de luta: Ana Maria Vasconcelos, Leila Santos, Consuelo Quiroga, Julia Restori e Regina Coeli.

Reflexões e muita emoção marcaram o evento de comemoração pelo dia das e dos assistentes sociais que aconteceu nesta quarta-feira, 15 de maio, em Belo Horizonte. A atividade, promovida pelo CRESS-MG, teve como convidada especial, a assistente social e professora da Uerj, Ana Maria de Vasconcelos, que abordou os 40 Anos da Virada do Serviço Social na palestra que você pode rever aqui.

A convidada fez uma breve análise de conjuntura, reforçando a necessidade de uma categoria fortalecida nas lutas sociais e no combate ao fascismo e ao conservadorismo. Trouxe, também, diversos elementos relacionados à pesquisa que ela vem desenvolvendo sobre o trabalho da e do assistente social e como ele se correlaciona com o Código de Ética e com as normativas e legislações da profissão, conta o conselheiro José Ribeiro.

"A professora faz uma crítica de que as e os assistentes sociais entrevistados por ela, durante o estudo, não conseguem ter como horizonte o nosso projeto ético-político e quando o fazem não é da melhor forma", aponta. Em sua apresentação, Ana tratou, ainda, do conceito de liberdade e de que ele vai além do direito de ir e vir, sendo necessário para que se alcance a igualdade tão almejada.

Método BH


Dezenas de profissionais acompanharam o evento presencialmente e centenas via transmissão online, pelo Facebook.

O movimento que revolucionou a profissão teve, na capital mineira, um de seus embriões, o chamado “Método BH”. Em função disso, foi prestada uma homenagem às assistentes sociais, diretora e vice-diretora respectivamente, da Escola de Serviço Social da PUC Minas na época, Leila Lima Santos e Consuelo Quiroga, principais responsáveis pelo surgimento da metodologia.

Após uma breve contextualização sobre o significado e a importância do método, trazida em um texto da professora da UFJF, Luciana Gonçalves, as homenageadas relembraram que o cenário em que se deu sua criação, na década de 1970, era de repressão em função da ditadura civil militar e afirmaram, ainda, que o apoio de uma esquerda católica e comprometida fez toda a diferença para a sua construção.

“Fomos ousadas, porém, muitas circunstâncias concretas e objetivas do momento contribuíram: estávamos em uma universidade privada durante a ditadura e o então reitor nos deu carta branca para implementar o método. Tivemos o privilégio de viver uma grande aventura que deixou frutos e floresceu, mesmo vivenciando um momento sombrio de nossa história”, considera Leila.

O atual cenário de retrocessos que vivemos no Brasil pode ser, para Consuelo, um solo fértil para que a resistência e novas propostas aflorem. “A efervescência da Escola de Serviço Social se deu em plena ditadura. O Método BH foi desdobramento de um projeto de formação profissional, com participação ativa e vibrante de estudantes e que pretendia outros horizontes para a profissão. São ideias que fazem avançar não apenas a categoria, mas, ainda, o país, politicamente.”, considera Consuelo.

A Escola de Serviço Social da PUC Minas também recebeu uma homenagem através da professora e integrante do colegiado de professoras e professores da universidade, Regina Coeli de Oliveira. Além disso, compuseram a mesa de abertura a presidenta e vice-presidenta do Conselho, Julia Restori e Ana Bertelli e os assistentes sociais, André Quintão, deputado estadual, e José Cruz, secretário municipal adjunto de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania.

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