Publicado em 07/12/2018
O Núcleo de Assistentes Sociais de Formiga (Nasfor) realizou, no dia 27 de novembro, o debate “Ser negra, ser assistente social”, em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. A atividade reuniu profissionais de Arcos, Capitólio, Formiga e Pimenta e teve o intuito de refletir criticamente sobre o racismo nos tempos atuais e os desafios que assistentes sociais negras e negros enfrentam na atuação profissional.
Luta diária
O cotidiano profissional leva muitas e muitos profissionais a mecanizarem suas ações, o que, por sua vez, contribui para a naturalização de violências e discriminações diárias com a população usuária que é, em sua maioria, negra e pobre. Portanto, é essencial que a categoria discuta temas relacionados à questão racial, como afirma a assistente social e integrante do grupo de Artes Cênicas de Mulheres Negras de Juiz de Fora, "As Ruths", Joyce Resende.
“Devemos entender o recorte de gênero dentro da classe trabalhadora, uma vez que nossa história vem carregada de violação de direitos, discriminação e exclusão. Acredito na defesa dos princípios do Código de Ética e na prática da defesa intransigente dos direitos, ampliação da cidadania, equidade e justiça social, empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, respeito à diversidade, garantia do pluralismo, defesa de uma sociedade sem dominação de classe, etnia, gênero e em exercer a profissão sem ser discriminada ou discriminar”, pontua.
A profissional foi uma das convidadas para contribuir com o debate e, para ela, atividades como esta contribuem significativamente para a luta contra a discriminação, a repressão e a violência de diferentes tipos que a população negra, no Brasil, sofre todos os dias. “Necessitamos de eventos assim não só em novembro, mas em todos os meses do ano! Movimentos de debate, denúncia e resistência constantes para não deixar que o sistema e a classe dominante façam acreditar que realmente existe democracia racial!”, enfatiza Joyce.
Dívida histórica
“Enquanto mulher, na história, só passamos a ter direitos efetivos com a Constituição Federal de 1988. Enquanto negra, ainda busco meu lugar ao sol”, declarou assistente social de Formiga, hoje atuando em Pimenta, Liliam Morais. Assim como muitas estudiosas, estudiosos e militantes, ela acredita que o país possui uma dívida histórica com a população negra e que sempre que tenta quitá-la, vem “em forma de barganha”.
O Serviço Social, enquanto profissão que coloca a categoria, de maioria negra, na ponta das políticas públicas, tem um papel determinante no combate ao racismo e pela igualdade racial: “Como oferecer ajuda a uma mulher negra que se encontra em situação de vulnerabilidade e marginalizada? Como eu, sendo negra, consigo usar as políticas e os serviços para emancipar essa população? Não devemos esperar o branco sair para nos aconchegarmos ao sol, é preciso lutar”, destaca.
Próximas atividades
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