Publicado em 29/01/2020
Linn da Quebrada, um jogo de palavras – linda quebrada – que se refere à beleza presente nas periferias ou mesmo à valorização do que é belo, mesmo fora do padrão. Esta é a alcunha da artista do interior de São Paulo que tem feito muita gente repensar o que está por trás da ideia do que é ser homem e do que é ser mulher.
Em suas canções, Linn defende que todas as pessoas possam expressar seu lado feminino sem sofrerem discriminação e ainda critica a masculinidade tóxica, ou seja, aquelas ideias pré-estabelecidas de como “deve ser” um homem – não chora, não usa rosa, não pode ser sensível – e que são o cerne da violência machista.
Recentemente, foi lançado o documentário sobre a vida e carreira da artista. Intitulado “Bixa Travesty”, o termo foi criado por Linn para traduzir sua falta de identificação com o catálogo hoje existente para as categorias de gênero e sexualidade, como ela mesma conta no especial LGBTQ+, do Canal Brasil.
“Eu não chego nem ao patamar de homem, nem de mulher. Eu era feminina demais para ser gay e tinha masculinidades demais, presentes no meu corpo, para ser mulher. A identidade é um conjunto do que você sente, de como se expressa e é lida pela sociedade”, explica.
As nomenclaturas criadas pela academia e medicina, segundo Linn, não contemplam a pluralidade de formas de existir dos seres humanos e provoca a ciência ao dizer que a existências das pessoas trans é uma forma de romper com os padrões da cis e heteronormatividade.
“Nós estarmos aqui vivas e presentes demonstra que estas etiquetas estão erradas, são limitadoras. Mas como não reconhecem isso, inventam um erro e lhe dão o nome de 'transtorno de gênero'. Assumir-se essa ‘falha’ ou ‘transtorno’ é se tornar, então, uma transtorno para todas essas teses e teorias”.
A transgressão, no discurso de Linn da Quebrada, é sinônimo de liberdade de escolha. Com um visual que, à primeira vista, parece extravagante, a artista é um convite a superar preconceitos e estranhamentos para mergulhar em um universo que contesta o corpo como forma de expressar sua identidade e, ao mesmo tempo, entender que há muito mais por trás das aparências.
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Mulheres trans e negras protanizam clipe da música "Oração", de Linn da Quebrada. Foto: Gabriel Renne
Com sua companheira de palco, a rapper Jup do Bairro, Linn da Quebrada apresenta, atualmente, o programa “TRANSmissão”, pelo Canal Brasil. Neste especial pela pauta LGBTQ+, as duas falam sobre “ser diferente” numa sociedade conservadora.
Neste bate-papo descontraído, a cartunista trans Laerte, entrevista Linn da Quebrada, vista como uma artista que apresenta uma nova linguagem da transgeneridade.
“Não queimem as bruxas
Mas que amem as bixas
Mas que amem
Que amem
Clamem
Que amem
Que amem as travas também”
Um poema narrado pela escritora, mulher negra e de origem periférica, Conceição Evaristo, e na sequência, um áudio de Matheusa, militante trans, incinerada no Rio, em 2018 são o início do belíssimo clipe “Oração”.
Com participação de artistas negras e trans, a nova música de Linn da Quebrada trata de humanizar os corpos trans e a importância de dar a essas pessoas o direito de exercer sua religiosidade, constantemente negada pelo conservadorismo.
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