Publicado em 16/07/2020
Exibição de filme seguida de bate-papo é uma das muitas ações realizadas pelo CeR-LGBTQI+, em Juiz de Fora.
Há quase um ano, a cidade de Juiz de Fora conta com um espaço que promove cidadania a uma população vítima de discriminação e violência. Inaugurado em 5 de agosto de 2019, o Centro de Referência de Promoção da Cidadania de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Não-Binares e Intersexuais (CeR-LGBTQI+), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), oferece diversos serviços a este público, além de fomentar o debate sobre direitos dessa população.
Idealizado pela Faculdade de Serviço Social e pela Pró-reitora de Extensão (Proex), este Programa de Extensão vem se constituindo através de parcerias com diversas pessoas, ativistas, coletivos, entidades e instituições públicas e privadas, além de estudantes de graduação e pós-graduação inseridas e inseridos com bolsas ou na modalidade de voluntariado que desenvolvem ações permanentes de defesa dos direitos humanos e na garantia de políticas públicas de promoção da cidadania de LGBTQI+.
A atuação se dá no sentido do combate à discriminação dessa população, na perspectiva do respeito à diversidade sexual e de gênero, através da oferta de diversos projetos, atividades, serviços, apoios e atendimentos específicos para vítimas de preconceito e violência com base na orientação sexual e na identidade de gênero. Há, também, parcerias para a formação de gestoras, gestores, trabalhadoras e trabalhadores das diversas redes públicas de proteção social, políticas públicas e direitos humanos.
Frentes de atuação
As principais demandas que chegam ao Centro se referem ao atendimento psicossocial e de defesa dos direitos humanos de LGBTQI+, materializados em acolhimentos, orientações e encaminhamentos frente às violações de direitos, violências diversas e assassinatos dessa população. De acordo com o assistente social, professor e coordenador do local, Marco Duarte:
“Esse eixo contempla ações interdisciplinares que promovem acolhimento, apoio e cuidado ao público usuário, seja individual, pelo dispositivo grupal ou discutindo casos em espaços intersetoriais. Também buscamos proporcionar novas oportunidades, como cursos e atividades físicas, além de operarmos em rede com os Grupos Força Trans e Mães pela Diversidade”, explica.
Outros eixos de atuação são a “Intersetorialidade e promoção da cidadania LGBTQI+”, que tem como foco a capacitação em órgãos da Assistência Social, da Educação e da Saúde, a “Participação/Mobilização social” que centra na discussão política com vistas ao controle e participação social, com reuniões abertas e o quarto eixo sobre “Formação, pesquisa, informação e comunicação”.
As atividades do local se orientam por quatro eixos de atuação e as parcerias com outros coletivos, como o Força Trans, da foto, são comuns.
Tempos de pandemia
Dados coletados e sistematizados pelo portal Vote LGBT, a partir de um levantamento online, apontam que os principais impactos sofridos pela comunidade LGBTQI, durante a pandemia, são a piora quanto ao quadro de saúde mental, o afastamento da rede de apoio diversa e a falta de fonte de renda e trabalho, o que reflete na atuação do CeR-LGBTQI+, como pontua Marco.
“Isso diz muito sobre as demandas que estamos recebendo: casos de assassinatos, suicídios e violências diversas e aumento de jovens expulsas e expulsos de suas casas, levando ao afastamento da rede familiar de apoio. Além disso, muitas LGBTQI+ perderam emprego, intensificando a falta de renda e trabalho e confirmando que a taxa de desemprego para essa população dobra se comparada ao resto da classe trabalhadora.”
Com a suspensão das atividades presenciais na UFJF, foi preciso redimensionar as ações extensionistas de forma remota, o que é desafiante, uma vez que não há contato direto e presencial com a população atendida pelo Centro. A pandemia, como avalia o professor, acentua a situação de vulnerabilidade, tanto no espaço familiar, em decorrência das violências domésticas, como no aumento de sofrimento psíquico, levando pessoas LGBTQI+ a ingerirem doses abusivas de medicamentos, associado ou não à ideação suicida e/ou autoextermínio.
Alta demanda x limitações
A equipe do Centro, formada por profissionais e estudantes de várias áreas, é limitada para atender as demandas. Além disso, há falta de financiamento, infraestrutura e organização, que durante a pandemia tem se evidenciado pelo fato de que os atendimentos têm se dado por meio de celulares e computadores pessoais das voluntárias e voluntários.
Outro aspecto alarmante é a ausência, em Juiz de Fora, de um movimento social LGBTQI+ organizado na forma de sociedade civil, avalia o coordenador do CeR-LGBTQI+. “Nesse sentido, o Centro tem grande relevância na cidade, por aglutinar, articular e agenciar ativistas, militantes, parceiras e parceiros e estudantes. Acreditamos que esse engajamento e nossas ações elucidam a existência dessas pessoas e ajudam no combate a todas as formas de LGBTQIfobia institucional e estrutural”.
Coletivo Mães pela Diversidade faz uma intervenção durante atividade no Centro.
Contato
A equipe do CeR-LGBTQI+ é composta de forma interprofissional, desde docentes, estudantes de graduação e pós-graduação e profissionais das áreas de Serviço Social, Psicologia, Direito, Ciências Sociais, História, Educação Física, Educação, Comunicação e Arte e Design.
O CeR-LGBTQI+ localiza-se à Avenida Barão do Rio Branco, 3.372, fundos, Passos – Juiz de Fora. Tel: (32) 3218-6996.
Durante a pandemia, é possível entrar em contato através dos seguintes meios de comunicação:
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