CRESS-MG participa de ação contra violência no Centro Socioeducativo de Uberlândia
Publicado em 09/08/2012
O CRESS-MG, por meio da Seccional Uberlândia, tem participado ativamente do movimento "Basta de violência e mortes no Ceseu", contra a metodologia de ressocialização utilizada no Centro Socioeducativo de Uberlândia (Ceseu).
A mobilização foi iniciada pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/Subseção Uberlândia) após o assassinato de um jovem no local, no começo de julho. A princípio o diretor da instituição afirmou que a morte do jovem se tratava de suicídio. Dias depois, os adolescentes autores confessaram a responsabilidade pelo assassinato. Essa não foi a primeira morte no Ceseu e as informações sobre violência institucional são gritantes.
Ações
O movimento "Basta de violência e mortes no Ceseu" foi proposto pela OAB e conta com o apoio do CRESS-MG e do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG). Para Renato Santana, membro da diretoria da Seccional Uberlândia, a participação do Conselho nesta iniciativa tem sido fundamental para a mudança de metodologia no centro socioeducativo. "Nos sentimos tranquilos em assumir este compromisso, pois trata-se de uma bandeira de luta do Conjunto CFESS/CRESS. Além disso, temos razoável conhecimento conjuntural para poder nos posicionar frente à demanda."
Logo após a criação do movimento, no dia 10 de julho, representantes das três entidades que integram a ação fizeram uma visita ao Ceseu, acompanhados do secretário estadual de Defesa Social, Rômulo Ferraz. Segundo Renato, a visita permitiu conhecer de perto a instituição e colher algumas informações sobre os adolescentes e técnicos que vivem e trabalham lá. "No local, há apenas duas colegas assistentes sociais. Vamos realizar ação de fiscalização junto delas, pois ambas têm grande envolvimento com todo o processo de institucionalização destes adolescentes e, com certeza, sofrem cotidianamente as conseqüências de toda a contradição presente neste sistema socioeducativo."
As ações do movimento já obtiveram resultados positivos. No dia 1º de agosto, o diretor-geral do Ceseu foi afastado por decisão tomada pela Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase). Além dele, também foram demitidos os diretores de segurança e de atendimento e três supervisores de segurança da instituição. A contratação de substitutos já está sendo feita.
O "Basta de violência e mortes no Ceseu" pretende, em última instância, constituir um dossiê sobre a realidade de violência que vem passando o Ceseu, para que seja apresentado às autoridades junto com uma carta de recomendações, visando o fim das violações dos direitos humanos na unidade. "Além disso, estamos buscando parceria com o Ministério Público, pois contamos com o compromisso de um promotor de justiça que, acreditamos, não deixará isso passar despercebido mais uma vez", conclui Renato.
Seminário Direitos Humanos
A formação e as ações propostas pelo movimento "Basta de Violência e Mortes no Ceseu" acontecem justamente no período em que o Conselho se prepara para seu 1º Seminário Estadual de Serviço Social e Direitos Humanos. O evento acontecerá no dia 17 de agosto, em BH. Veja a programação completa
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Para fomentar as reflexões sobre o tema, o CRESS-MG entrevistou uma das palestrantes do evento, a doutora em Serviço Social, Valéria Forti. Confira a entrevista,
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