Publicado em 11/10/2013
O CRESS-MG tem acompanhado o imbróglio judicial que envolve a condenação dos mandantes do Massacre de Felisburgo, que em 2004 deixou 5 mortos, muitas sequelas em quem sobreviveu, e escancarou a fragilidade dos trabalhadores rurais diante da elite latifundiária brasileira. O julgamento de Adriano Chafik, fazendeiro que ordenou a chacina, fora adiado 4 vezes, mas chegou ao fim, na madrugada desta sexta-feira, 11 de outubro.
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O fazendeiro Adriano Chafik Luedy e Washington Agostinho da Silva foram condenados, na madrugada desta sexta-feira (11), pela "Chacina de Felisburgo".
Chafik pegou 115 anos de prisão; Washington, 97 anos e seis meses de cadeia.
O juiz Glauco Soares Fernandes começou a ler a sentença à 1h55. As penas são em regime fechado.
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Chafik e Washington, porém, não foram presos, pois ambos estão beneficiados por habeas corpus. O alvará de prisão será expedido apenas após transitada em julgada a decisão do habeas corpus.
O crime teve o júri desmembrado na quinta-feira (10) no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Após abertura da sessão às 9h40, o pedido para julgar os réus separadamente foi feito pela defesa do fazendeiro Adriano Chafik e de Washington Agostinho, e aceito pela dos outros dois réus. Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza vão a júri no dia 23 de janeiro, e, por isso, deixaram a sessão.
Todos foram acusados de matar cinco pessoas em um assentamento de sem-terra em novembro de 2004, de acordo com a Justiça. O crime aconteceu na fazenda Nova Alegria. Na data das mortes, 27 casas e uma escola foram incendiadas no assentamento.
Os quatro respondem também por 12 tentativas de homicídios, referente aos feridos na data do crime, e Chafik, por formação de quadrilha.
Segundo a assessoria do fórum, Adriano Chafik, que era proprietário da Fazenda Alegria, comandou o ataque após perder na Justiça uma ação de reintegração de posse. Um quinto réu, Admilson Rodrigues Lima, morreu antes de ser julgado.
Desde cedo, integrantes do Movimento Sem-Terra se reuniram em frente ao fórum. Duas sessões foram adiadas neste ano: a primeira, no dia 15 de maio, e a segunda, no dia 21 de agosto.
O processo foi transferido da comarca que atende Felisburgo para a capital mineira para garantir a imparcialidade e a segurança dos envolvidos no júri popular, conforme a Justiça.
Réus são presos, mas ganham liberdade
Três dos réus – Adriano Chafik, Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza – chegaram a ser presos após o adiamento do julgamento no dia 21 de agosto. Segundo o fórum, eles foram soltos em setembro após conseguirem habeas corpos concedido pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Marco Aurélio Bellize.
Fonte: G1
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