Comitês Antirracistas do Conjunto CFESS-CRESS divulgam carta aberta
Publicado em 13/05/2024
Arte: Rafael Werkema/CFESS
Neste 13 de maio, data de assinatura da Lei Áurea em 1888, que maquiou a história brasileira sobre o fim da escravidão, o Conjunto CFESS-CRESS, por meio dos seus Comitês Antirracistas, publica uma Carta Aberta sobre o compromisso da categoria de assistentes sociais no combate ao racismo.
O documento coletivo foi elaborado durante a Formação Popular sobre a Questão Étnico-Racial, realizada nos dias 11 e 12 de maio de 2024, em Guararema (São Paulo), com assistentes sociais dos comitês do CFESS e dos CRESS de todas as regiões do país. Estiveram presentes 37 assistentes sociais que compõem a gestão e a base, reforçando a importância de a categoria fortalecer a construção e ações dos comitês em todo o Brasil.
O encontro, realizado na Escola de Formação Florestan Fernandes (ENFF), um importante espaço de formação política da classe trabalhadora, contou com a contribuição de assistentes sociais, como a pesquisadora Gilza Kaingang e o professor Wagner Amaral sobre a questão étnica, indígena e o serviço social, assim como a professora Maria Helena Elpídio, que aprofundou o debate racial no Serviço Social.
A proposta formativa foi inspirada na pedagogia popular da ENFF – essa escola que contribui para a formação de pessoas engajadas com as lutas dos povos da América Latina e do mundo.
Arte: Rafael Werkema e foto: Comitê Antirracista do CFESS
O encontro também reafirma o compromisso do Conjunto com a permanente agenda antirracista, fortalecendo ações de formação e de enfrentamento ao racismo nos regionais, enraizando essa discussão junto à categoria, estratégica e especialmente através dos Comitês Antirracistas, constituídos ou em construção nos regionais.
A carta, fruto da formação, reafirma que a data de 13 de maio não representa, nem significou o fim da escravidão real no país, e relembra que foram as lutas das populações de origem africana que tensionaram o fim do modo de produção escravista, cujas marcas desses quase quatro séculos de barbárie e violência estruturam a sociedade brasileira.
“Compreendemos o processo de “abolição” como fruto de luta coletiva realizada por homens e mulheres escravizadas, pessoas libertas e aliadas que deram a própria vida em busca da liberdade e dignidade coletiva”, diz trecho do documento.
“Reafirmamos nosso compromisso com os povos originários e suas 305 etnias sobreviventes ao etnocídio permanente, implementado pelo Estado brasileiro – mesmo reconhecendo o quanto ainda desconhecemos a ciência, tecnologias e o modo de vida dos povos originários”, ressalta a Carta.
Procure e participe do Comitê Antirracista da sua região!