Reconhecer o que foi feito até aqui, refletir e comemorar: veja como foi o seminário pelos 60 anos do CRESS-MG que reuniu mais de 300 pessoas em BH

Publicado em 22/12/2023

O seminário pelos 60 anos do CRESS-MG é daqueles eventos que ficam para a história da entidade como um marco. Dos minicursos oferecidos, reforçando a preocupação do conselho com a qualificação da categoria, à exposição fotográfica que exibiu registros icônicos de quase quatro décadas; das falas emocionadas na mesa de abertura ao encerramento com show de samba, ritmo afrobrasileiro que fala tanto sobre nosso povo: a proposta para a data foi cumprida.

“Histórias, memórias e resistências” foi o mote desse momento que reuniu 320 assistentes sociais e estudantes de Serviço Social de diferentes partes do estado, no auditório principal da PUC Minas, em Belo Horizonte, no dia 1º de dezembro. Na plateia, estavam presentes ainda, diretorias passadas que foram homenageadas com um placa simbólica pelos serviços de militância prestados à instituição. Das 21 gestões, representantes de doze participaram da cerimônia.

“Construir uma profissão e uma entidade que historicamente têm mulheres a sua frente, é muita coisa para um país como o Brasil”, lembrou durante a mesa de abertura, o assistente social e professor da Ufop, Claudio Horst, que hoje é  presidente do Conselho, sendo o segundo homem a ocupar este posto. Para ele, é importante pontuar este fator do gênero que marca também o perfil da categoria.

“Reconhecer seis décadas da primeira gestão hegemonicamente feminina e de tantas outras neste formato, compostas por mulheres negras, de diversos espaços sócio-ocupacionais, com deficiências, que vêm construindo esta entidade, é comemorar uma vitória muito grande frente uma sociedade que viola e que mata as mulheres a cada minuto”, reforça.

Por falar nelas, o evento foi dedicado a duas grandes expoentes do Serviço Social mineiro e que faleceram nos últimos meses. “Dedico todas as reflexões e festividades de hoje a duas grandes figuras: Márcia Pinheiro e Simone de Albuquerque que deixaram um legado não só no âmbito da profissão, mas para um Brasil que a gente defende, de uma política social da qual mais avançamos e que dê condições dignas pro nosso povo e para nossa classe sobreviver.”

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O lugar ocupado pelo CRESS na sociedade

“Não se trata aqui, nesse Seminário, de resgatar o passado como um mero resgate para a nossa memória, mas de articular este presente com essas referências do passado para, não só dar visibilidade a essa trajetória de lutas e de resistência, mas igualmente identificar, construir e aprender no presente os caminhos para recriar as possibilidades de uma resistência coletiva.”

Convidada especial da noite, a professora Rosângela Batistoni, assistente social, pós-doutora em Serviço Social pela Uerj e professora do Curso de Serviço Social da Unifesp, trouxe reflexões sobre o lugar ocupado pelo CRESS Minas no contexto nacional de luta da profissão. Além dela, a mesa teve reflexões valiosas das ex-presidentas Darci Villaça (Gestão 1999-02) e Léa Braga (Gestão 2002-05).

Em sua fala, Léa que foi a única mineira a presidir o CFESS, estendeu à base, ou seja, às e aos assistentes sociais que participam das atividades do CRESS sem fazerem parte da gestão, a homenagem feita ao conjunto de pessoas envolvidas na construção da entidade, reforçando, assim, a ideia de que a participação é essencial para manter o Conselho ativo na defesa por uma profissão mais valorizada.

“A presença da base aqui nesse auditório revela que o Serviço Social mineiro não cedeu ao conservadorismo, ao imobilismo e à alienação presente na sociedade brasileira e até no mundo. A presença de vocês aqui e de quem está acompanhando nas redes sociais demonstra que preservam a esperança e a disposição para a luta social tão necessária no nosso tempo”, pontua Léa.

Assista as mesas de abertura e principal que na ocasião, foram transmitidas ao vivo:

Veja também algumas fotos do acervo do CRESS-MG, montado nestes 60 anos:

Conheça mais sobre o CRESS-MG