Há 51 anos tomava posse a primeira diretoria do CRESS-MG, na época, Conselho Regional de Assistentes Sociais da 6ª Região. O termo que registra o acontecimento data de 21 de setembro de 1963.
Na época, o então CRAS era integrado pelos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, que veio a se emancipar no ano de 1983.
A primeira diretora foi Maria Luiza Pedrosa Botelho, professora da Escola de Serviço Social da PUC Minas. Hoje, aos 85 anos, ela vive em sua cidade natal, Rio de Janeiro, de onde nos conta como tudo começou.
No início dos anos 1960, o curso superior de Serviço Social já era reconhecido pelo MEC. Depois que a profissão de assistente social fora aprovada e regulamentada pelo Legislativo, era necessário constituir Conselhos Federal e Regionais para cadastrar os profissionais habilitados pelos cursos existentes, bem como implantar o controle do exercício da nova profissão.
Na época eu era professora da ESS e fui convidada para integrar uma das chapas, compostas por outras 16 assistentes sociais, como Lídia Espírito Santo, Rosa Gaetani e Maria José de Oliveira, que muito me ajudou na luta diária de nosso mandato.
Ao nos elegermos, precisávamos, o quanto antes, levantar o cadastro das assistentes sociais em atividade nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Outra tarefa era a de lutar pelo reconhecimento da profissão junto à sociedade civil, ao terceiro setor e à administração pública.
“Começamos do zero, com tudo emprestado e trabalho voluntário. Montamos plantão para receber as inscrições das colegas e emitir as carteiras. Precisávamos levantar o cadastro das profissionais e nos empenhar pelo reconhecimento da profissão na sociedade, terceiro setor e administração pública.”
Começamos do zero, com tudo emprestado e trabalho voluntário. Montamos plantão para receber as inscrições das colegas e emitir as carteiras. Logo que as taxas de inscrição e anuidades passaram a representar uma “receita” razoável, alugamos sala, contratamos secretária, compramos móveis, e etc.
Foram três anos de trabalho intenso voltado para o secretariado e também para a elaboração do Estatuto do CRAS – 6ª Região, que exigia reuniões frequentes e demoradas. Fizemos, com a colaboração da CEMIG, uma edição do “Código de Ética do Assistente Social” e distribuímos a todos que se registravam.
Congratulo-me com a passagem dos 50 anos de existência deste, que desde 1993, chama-se Conselho Regional de Serviço Social de Minas Gerais. Em 14 de maio de 1999 recebi uma placa comemorativa e reescrevo abaixo o texto nela contido, pois ele bem ilustra os meus sentimentos a vocês:
“O CRESS-MG se orgulha em homenagear V.Sa., membro ativo da Gestão 63/66 que, com sua marcante atuação, ajudou a construir a pluralidade da trajetória desta entidade em Minas Gerais, edificando um novo país, socialmente mais justo e humano.”
Especial 50 anos!
Saiba mais sobre o CRESS-MG, a criação das Seccionais Juiz de Fora, Uberlândia e Montes Claros e conheça a história de uma das primeiras assistentes sociais a se inscreverem no Conselho!
Missão
O Conselho Regional de Serviço Social de Minas Gerais, CRESS-MG, tem como missão fiscalizar, orientar, disciplinar e defender o exercício profissional do assistente social no estado Minas Gerais, visando a qualidade da formação e da prestação dos serviços profissionais, preservando os direitos da população atendida e as prerrogativas da profissão.
O CRESS-MG atua em parceria com as entidades organizativas da categoria (ABEPSS, Conjunto CFESS-CRESS e ENESSO) de forma articulada às lutas da classe trabalhadora, em defesa da ampliação e universalização dos direitos e das políticas públicas, da socialização da política, do fortalecimento dos movimentos sociais e da participação em espaços estratégicos de democracia participativa, na perspectiva de contribuir para o fortalecimento de uma cultura política com direção emancipatória e respeito à diversidade. Cumprindo, assim, com os compromissos e a direção social expressos no projeto ético-político do Serviço Social.
Ação Política
A constituição política desta categoria passa pela forma de organização e construção coletiva e está subordinada às decisões do Encontro Nacional CFESS-CRESS, que se constitui no fórum máximo de deliberação da profissão. Esse evento reúne anualmente com a participação do CFESS e de todos os CRESS, incluindo também a base da categoria.
A categoria profissional fez a opção por um projeto de transformação da sociedade, comprometido com valores e princípios que apontam para a autonomia, a emancipação, a defesa de liberdade, a socialização da política e da riqueza socialmente produzida e o pleno desenvolvimento de seus usuários.
Nas últimas décadas marcadas pela luta dos setores democráticos contra a ditadura e pela consolidação das liberdades políticas no Brasil, o Serviço Social experimentou um profundo processo de renovação no qual se desenvolveu teórica e praticamente, laicizou-se e diferenciou-se. Na entrada dos anos 1990, apresentou-se como profissão reconhecida academicamente e legitimada socialmente.
Entre as conquistas teóricas e ganhos práticos, no plano da reflexão e da normatização ética, está o Código de Ética Profissional de 1993. Com grande referencia no Código de Ética de 1986, fundado na negação da base filosófica tradicional nitidamente conservadora, que norteava a “ética da neutralidade”, o atual código é a afirmação de um profissional comprometido com os valores democráticos e com a justiça social.
O Conjunto CFESS-CRESS está historicamente ligado à defesa da criação e ampliação das políticas públicas, do controle social como instrumento de participação democrática e consolidação da democracia e da cidadania.
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