Publicado em 25/05/2022
Na defesa dos direitos da população, as e os assistentes sociais precisam estar por dentro das pautas levantadas pelos movimentos sociais. No CRESS-MG, por exemplo, a Comissão de Direitos Humanos acompanha de perto muitas dessas bandeiras de luta, a fim de entender as possíveis frentes de atuação profissional, além de dar visibilidade às questões trazidas por esses coletivos.
Foi neste sentido que o assistente social e coordenador desta Comissão, Mauri de Carvalho, participou da Oficina da Juventude Contra a Violência, promovida no dia 7 de maio, no Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab), em Belo Horizonte, que teve como foco preparar jovens lideranças para a Conferência Popular pelo Direito à Cidade.
Violência e racismo
Já na primeira palestra, a coordenadora do Cenarab, Makota Celinha, relatou o atravessamento étnico-racial, o racismo e a intolerância religiosa acerca das religiões de matriz africana, bem como a truculência policial enquanto fatores de exclusão das juventudes periféricas. Sua fala, como ela mesma reforça, vem muito do lugar que ocupa como mãe de um jovem negro e rastafari.
Na sequência, Mauri trouxe questões acerca da violência estrutural, institucional e policial, seus diversos desdobramentos acerca da baixa participação das comunidades afetadas junto ao Conselho de Segurança Pública (Consep), bem como sua interface com as masculinidades e aspectos relacionados ao estigma e à segregação que dificultam o Direito à Cidade.
Trazendo o debate para o Serviço Social, o assistente social pontuou que a categoria profissional precisa encarar o alto índice de jovens mortos, seja pela via da violência direta ou por causas adjacentes no Brasil, como expressão da questão social: “As vítimas são jovens entre 15 a 29 anos, geralmente pretos, periféricos e pobres. Isto demanda de nós profissionais estratégias de intervenção combativas”.
Para Mauri, é essencial que o CRESS-MG participe de atividades como esta. “Enquanto instituição e autarquia pública aprendemos e contribuímos com essas ações de duas formas: dando visibilidade ao vasto campo de trabalho da e do assistente social junto aos movimentos sociais e por ser parte de nossa esfera ético-política, de nossa radicalidade crítica na luta de classes, um posicionamento de nosso projeto societário, bem como no fortalecimento e organização de bases democráticas e populares”, pontua.
A voz da juventude
O evento, que durou um dia inteiro, teve trocas de saberes, muito aprendizado, e um importante protagonismo juvenil, seja na construção da programação, na mediação das mesas ou no levantamento de temas considerados relevantes para serem pautados na Conferência Popular pelo Direito à Cidade. Veja a seguir, alguns destes pontos:
Naturalização da violência institucional, principalmente na instrumentalização das políticas públicas para este fim;
Abordagem precária nas escolas acerca de ancestralidade, perspectivas críticas de análise histórica e conjuntural;
Ausência de debate do combate ao racismo;
Necessidade de práticas decoloniais, voltadas para a valorização dos povos e das comunidades tradicionais, os povos originários para além das escolas;
A urgência de empoderamento das minorias sociais junto aos Legislativo, Executivo e Judiciário.
Como traz o relatório oficial da atividade, “o trabalho participativo se faz potente e antecede a qualquer direito já conquistado, renova compromissos e abre espaço para novos nomes em defesa das pessoas menos favorecidas e em situação de vulnerabilidade social. (…) Percebemos que não só bastam a existência de políticas contra-hegemônica, neste sentido, nos cabe enquanto militantes potencializarmos, a cada dia, a participação social”.
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