Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Serviço Social, assistentes sociais do Brasil têm muito a dizer

Publicado em 16/03/2022

Cartaz: Divulgação/Fits-IFSW

 

Hoje comemora-se o Dia Mundial do Serviço Social, data instituída pela Federação Internacional de Assistentes Sociais (Fits/IFSW – sigla em inglês), da qual o CFESS faz parte. Para 2022, o tema escolhido foi “Co-construindo um novo mundo ecossocial: sem deixar ninguém para trás”. O CFESS congratula-se com trabalhadores/as e assistentes sociais de todo mundo e reafirma o seu compromisso com a defesa do meio ambiente.

No Brasil, este debate é compreendido por assistentes sociais como parte das lutas anticapitalistas e, neste 15 de março, o Conselho Federal conclama a categoria a uma reflexão sobre o tema da preservação ambiental, que é preocupação mundial.

Tornar o meio ambiente uma questão para o debate está diretamente relacionado ao caráter predatório do modelo de desenvolvimento capitalista, é oportuno que, no Dia Mundial do Serviço Social, a temática apareça como elemento central, afirma a assistente social professora da Universidade Federal de Sergipe, Nailsa Araújo. Ela, que é pesquisadora da ‘questão ambiental e da educação ambiental’, destaca que o “Serviço Social brasileiro, em constante renovação, se integra ao debate da construção do novo mundo há décadas e afirma que este será não imperialista, não colonialista, prenhe de relações substanciais e substantivas entre os seres, com lugar para seu livre desenvolvimento, e por isso não pode ser capitalista”.

Na mesma direção, a conselheira do CFESS Eunice Damasceno, afirma que não existe a possibilidade de haver desenvolvimento sustentável na sociabilidade capitalista e tampouco a extinção das desigualdades e a incorporação de todas as pessoas. “Na verdade, temos visto que, cada vez mais, essa possibilidade se mostra irrealizável, considerando a intensificação do caráter destrutivo desse modo de produção, tanto no que diz respeito à destruição da natureza em face da superexploração dos recursos naturais e sua biodiversidade, quanto no tocante à vida humana”, explica.

O CFESS compreende que é fundamental direcionar a luta pelos direitos de povos originários e povos negros, rompendo com uma herança colonial e escravista, cujas expropriações de direitos e de territórios, em muitos casos devido à ganância capitalista e do agronegócio pelo meio ambiente em que vivem, permanecem desde a colonização até os dias atuais.

 

Qual o papel de assistentes sociais afinal?

A conselheira do CFESS Eunice Damasceno observa que discutir essa realidade é muito importante, com vistas a construir pactos coletivos, mas que tais processos não se fazem por simples atos de vontades, uma vez que as relações sociais em que vivemos são perpassadas por interesses de classes, ou seja, estão em jogo interesses e valores diversos em uma ordem social altamente desigual, tanto do ponto de vista interno aos países, quanto na relação entre eles (ordem mundial).

“Acreditamos que os processos de mudança só ocorrerão por meio das lutas e organizações coletivas de trabalhadores/as. Daí, organizados/as, empreenderão lutas sociais em que confrontarão as diferentes expressões da exploração presentes nas formas precarizadas de trabalho, na depredação da natureza, na dominação política, no extermínio dos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas, nos preconceitos contra as mulheres, LGBTQIA+. Enfim, contra todas as formas indignas de vida e de barbárie social”, conclui Damasceno.

É justamente a ideia de união que também defende a professora da UFS, Nailsa Araújo. “Queremos tomar parte, nos engajar com comunidades quilombolas, ribeirinhas, rurais, das cidades, dos alpes, das montanhas, dos lugares gélidos ao semiárido e desertos, espaços onde as vidas se produzem e reproduzem, dizendo não à lógica de mercantilização de nossos corpos, desejos, vidas, territórios, riquezas, diversidades”, enfatiza a docente.

Cabe lembrar que o projeto ético-político profissional do Serviço Social brasileiro compromete a categoria de assistentes sociais a sempre lutar contra a banalização da vida e a destruição do meio ambiente, destacando-se as experiências profissionais que apostam num ecossistema preservado por uma sociabilidade sustentada em valores humanistas.

 

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Fonte: CFESS

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