Publicado em 22/08/2024
Mais de 400 assistentes sociais participaram, em 5 de julho, de um evento histórico que evidencia o potencial do Serviço Social na política educacional. Promovido pelo CRESS-MG, na PUC Minas, em Belo Horizonte, o Seminário Estadual de Serviço Social na Educação reuniu profissionais de mais de 160 municípios mineiros.
O objetivo foi discutir a inserção e a atuação da categoria na educação básica, conforme estabelecido pela Lei 13.935/2019, que dispõe sobre a prestação de serviços de Psicologia e de Serviço Social nas redes públicas de educação básica. A abertura teve representantes do CFESS, CRESS-MG, ABEPSS e ENESSO.
Cláudio Horst, presidente do CRESS-MG e professor da Ufop, enfatizou a importância do trabalho coletivo para um Serviço Social mais forte. “Muita gente não compreende o lugar desse órgão, mas trata-se de um espaço de militância. O CRESS somos nós: sou assistente social, também quero 30 horas e exijo condições éticas e técnicas. A bandeira é nossa, é coletiva, aqui não tem oposição”, pontua.
Na sequência, a mesa temática abordou a “Análise de conjuntura e os desafios para o Serviço Social na política da Educação” e teve como convidadas, a professora doutora Vitória Régia Izaú (Uemg) e a profª Drª Eliana Bolorino (Unesp). Como mediadora, tivemos a presença e os comentários de Klauze Silva, assistente social, analista em Educação Básica e atual coordenadora da Comissão de Serviço Social na Educação do conselho.
O debate ficou registrado em nosso canal do Youtube que você confere a seguir:
Serviço Social na defesa da educação, especialmente contra preconceitos
A professora Vitória abriu o debate trazendo importantes reflexões sobre como coexistir com profissionais de outras áreas no âmbito profissional: “As pessoas negras, em sua potencialidade, foram demonizadas. A gente tem que fazer agora um trabalho pedagógico de reconstruir a nossa história, valorizando todos os saberes. Isso significa ter uma ética profissional capaz de dialogar com áreas diferentes.” destacou.
A profissional trouxe o samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira, “História Para Ninar Gente Grande”, e posteriormente entrou em defesa de uma educação antirracista e anti outras formas de preconceito. “Na luta é que a gente se encontra. E é isso que eu queria dizer para vocês. Eu acho que é fundamental a gente pensar numa educação que precisa ser antirracista. Uma educação que precisa se comprometer com o anticapacitismo. Uma educação que precisa se comprometer com as pessoas trans”, sublinhou a professora.
Eliana Bolorino deu sequência no evento compartilhando sua defesa pela valorização do Serviço Social na educação e disse estar orgulhosa de compor uma categoria que se organiza e se mobiliza diante de vários desafios. Elogiou, ainda, o trabalho do Conselho na oferta de atividades de formação continuada: “Fiquei maravilhada com as propostas, a densidade teórica e a organização dos cursos de educação permanente”, disse.
A professora comemorou, ainda, a criação de um GT resultado da luta conjunta do CFESS, CRESS e ABEPSS, para discutir as diretrizes da implementação da Lei 13.935 nas escolas públicas, a nível federal. “Nossa arma é o conhecimento. A partir do momento que a gente melhora, amplia, aprofunda, cria raízes desse conhecimento crítico e propositivo sobre o que é o Serviço Social, temos uma sustentabilidade e uma fundamentação teórico-metodológica.”
Além do mais, Eliane destacou que a profissão tem um projeto ético-político profissional e um Código de Ética com princípios que norteiam o fazer profissional. Já a profa. dra. Vitória Izaú ressaltou o papel do planejamento no trabalho das e dos assistentes sociais: “Um plano de trabalho é essencial para compreendermos nossa atividade dentro da escola”, afirma.
Serviço Social nos múltiplos espaços sócio-ocupacionais da Educação
Num segundo momento, as centenas de participantes se dividiram entre as três rodas de conversa simultâneas para trocarem experiências nas principais áreas de atuação de assistentes sociais na educação. As assistente sociais da Secretaria Estadual de Educação, Livia Maria Alves e Roberta Nascimento abordaram o trabalho na educação básica.
Enquanto Fernanda Gomes, assistente social na Prefeitura Municipal de Itabira, junto de Hérlen Romão, assistente social da educação do estado, destacaram os desafios na educação especial e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Por fim, Paulo Lourenço, docente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), compartilhou sua experiência na educação profissional e tecnológica.
O Seminário Estadual de Serviço Social na Educação proporcionou um espaço valioso para a troca de experiências e reflexões sobre a atuação das e dos assistentes sociais neste incipiente espaço sócio-ocupacional. O público debateu os desafios e os avanços na implementação da lei e tiraram dúvidas com relação ao tema, reforçando a importância do conhecimento e da defesa coletiva.
O evento marcou um importante passo na consolidação do Serviço Social como uma força significativa na política de educação em Minas Gerais e no Brasil. Para mais informações sobre eventos futuros e inscrições, acompanhe o site do CRESS-MG e as redes sociais!
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