Publicado em 12/09/2019
Estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Internacional do trabalho (OIT) constataram, em 2013, a elevação dos índices de adoecimento psíquico em todo o mundo, com destaque para as taxas de suicídio e depressão. A expressividade do problema exigiu que as duas organizações orientassem seus Países Membros a abordarem sistematicamente o problema desenvolvendo projetos de pesquisas/ações preventivas – dada a ausência de dados em muitos países, incluindo aqueles da América Latina. Esta particularidade é ainda mais presente quando se tratam dos transtornos psíquicos de origem ocupacional.
No Brasil, o quadro epidemiológico referente à saúde mental se apresenta problemático: dados da OMS revelam um contingente de 11,5 milhões (5,8%) de brasileiros (as) deprimidos (as), enquanto que 18,6 milhões (9,3%) são portadores de distúrbios relacionados à ansiedade (OMS). Como extrair de tais resultados aqueles percentuais pertencentes ao adoecimento no e pelo trabalho? Dados do INSS apontam que as doenças do trabalho já ultrapassaram os acidentes de trabalho "típicos", sendo que os transtornos psíquicos ocupam a terceira posição nas causas de afastamento de trabalhadores (as).
Desta realidade, nasceu o projeto de pesquisa “Trabalho contemporâneo e impacto à saúde mental dos (as) trabalhadores (as) da RMBHTE’, cujo propósito é contribuir para o aprimoramento de informações /dados sobre a incidência dos transtornos mentais em trabalhadores (as) que atuam sob antigos e novos paradigmas /meios de trabalho da gestão da produção contemporânea, bem como debater estratégias de aprimoramento das políticas públicas dirigidas ao tema. Visando o alcance deste objetivo formou-se grupo de pesquisa interinstitucional no qual se implicam representantes dos programas do SUS, UFMG, IFOP, FDC, FGV. Esta proposta de Ciclo de debates e Oficinas de trabalho sobre as contribuições das ciências da saúde à saúde mental do trabalhadores (as) integra a proposta metodológica do referido projeto, sendo fruto de discussões internas do Grupo de trabalho que a considera etapa importante para inventariar a questão da saúde mental de origem ocupacional na RMBH e para o debate sobre as políticas públicas dirigidas à saúde mental dos (as) trabalhadores (as).Esta iniciativa se justifica se ponderado que milhões brasileiros – trabalhadores (as) formais ou informais ocupados em pequenas e microempresas – formam a maioria do conjunto de usuários (as) do Sistema Único de Saúde-SUS. Estes, ao sentirem sua saúde debilitada, buscam acolhida nos variados programas ofertados por esta imprescindível instituição pública.
Da associação entre o lugar social do trabalho, suas determinações na saúde, as atribuições do Ministério da Saúde – SUS, responsável políticas públicas voltadas para a promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros” e a interface com a Fundacentro e órgãos parceiros, atuando nas inter-relações entre Trabalho e saúde, o GP concluiu que gestores e profissionais de instituições formuladoras e executoras de políticas públicas de saúde são participes indispensáveis das atividades propostas.
Em função da negação do lócus social do trabalho, considera-se fundamental também a participação de especialistas em políticas públicas da educação superior/técnica e da ciência e tecnologia em vista de seus poderes para amplificar a questão da relação entre “Trabalho & Saúde” desde a fase de concepção de seus programas e projetos. A via mais eficaz para a prevenção dos problemas de saúde é produção do conhecimento, informação e sua disseminação. Entretanto, considera-se exponencial a capacidade das políticas de educação e da ciência e tecnologia reduzirem drasticamente índices de acidentes e adoecimento, caso acolham a concepção do trabalho como organizador da vida social e incorporação dos paradigmas da proteção à saúde do trabalhador em seus processos e produtos tecnológicos.
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