Publicado em 17/07/2019
Mais de 250 mil pessoas foram às ruas em Belo Horizonte, neste domingo, 14 de julho, para dar visibilidade à luta por cidadania e respeito à diversidade sexual. Organizada pelo Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-BH), a 22ª Parada do Orgulho LGBT teve recorde de público, mostrando que se aumenta o conservadorismo, aumenta também a resistência, e se cresce o ódio ao que é diferente do padrão, também cresce a tolerância ao próximo.
Pelo direito de poder ser e amar quem quisermos, pessoas religiosas, ateias, brancas, negras, ricas, pobres, jovens e velhas ocuparam o centro da capital mineira para festejar o amor, em um ambiente pacífico, colorido e alegre. Frequentador há anos da Parada, o analista de sistemas, Leonardo Xavier, 30, acredita que o interesse da população em temas que envolvem minorias e políticas públicas explica o crescimento da parada.
O rapaz se identifica como "queer" (o “Q” de algumas variáveis da sigla LGBT), termo que representa tudo que se difere do padrão heteronormativo. “Temos uma variedade de características como pessoas e, ao entender isso, tive dificuldade em encontrar um, dois ou três termos que me representassem. Assim, a conceituação do que não me representa foi mais adequada a como eu me sinto: sempre aberto a mudanças e sem necessidade de apresentar provas sobre quem ou como sou”, pontua.
O tom politizado do evento não se resumiu às falas das autoridades no início do desfile, como do próprio prefeito, Alexandre Kalil, mas esteve presente em cada cidadã e cidadão que ao ocupar o espaço público, com um sorriso no rosto, estava, de alguma maneira, relembrando: ninguém solta a mão de ninguém. Uma dessas pessoas era a sorridente Vera Inez, 41, professora, lésbica, e militante feminista, LGBT e das juventudes, que vê sua participação no ato como forma de resistência e visibilidade à realidade de muita gente.
“Acredito que o recorde de público se deva ao momento atual político, com tantos retrocessos, inclusive nos direitos humanos. É hora de lutar e não permitir que mais direitos sejam violados. Não dá mais para ignorar mais gays, lésbicas, bi e trans e toda a diversidade que temos em nosso país. Direitos foram conquistados até aqui e precisam ser mantidos, além de tantos outros que precisam ser adquiridos”, enfatiza.
Moradora de Curvelo, há mais de 150 km da capital mineira, Nelma Pereira, 63, veio ao ato acompanhar o neto, 21, homem trans. Avó coruja de mais quatro mulheres e dois homens cis, a dona de casa lembra que o apoio da família é crucial para salvar a vida das pessoas LGBT. “Vim por amor ao meu neto e estou achando tudo muito lindo. Quantas meninas e meninos como ele vão parar nas ruas por falta de amor dentro do lar? Olha esse tanto de gente aqui, hoje, não querem guerra, só querem ser felizes!”, comenta.
Revivendo Stonewall
Há 50 anos, uma série de protestos foi desencadeada por batidas policiais em um bar gay de Nova Iorque chamado Stonewall. As ações da polícia tinham o objetivo de perseguir e discriminar o comportamento afetivo-sexual de quem frequentava o local. Mais tarde, esses protestos foram reconhecidos como início do movimento pelo Orgulho LGBT.
O conceito de “orgulho” se difundiu mundialmente, e ano após ano, os meses de junho e julho são dedicados às paradas e eventos relacionados a essas pessoas. O aniversário de meio século desses protestos originou o tema da Parada LGBT de BH deste ano, que teve como tema “Revivendo Stonewall”. Para entender este momento histórico e o protagonismo que tiveram mulheres trans e drag queens, o CRESS-MG recomenda o filme “A morte e a vida de Marsha P. Johnson”.
Disponível no site Netflix, o longa conta a história de Marsha, icônica ativista trans que lutou na rebelião de Stonewall, em 1969, e morreu misteriosamente, em 1992. Segundo a polícia, ela cometeu suicídio, mas amigas, amigos e companheiros de luta nunca engoliram isso. Esse documentário investigativo mostra filmagens nunca antes divulgadas e uma reconstituição da trajetória da ativista, junto com uma série de entrevistas.
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