Publicado em 15/03/2019
A atuação profissional de assistentes sociais, psicólogas e psicólogos em situações de desastres foi tema de um evento promovido no dia 26 de fevereiro, em Congonhas, pela Associação dos Psicólogos do Alto Paraopeba e Região (Apap). O evento foi impulsionado pelo crime ambiental ocorrido em uma barragem, em Brumadinho, no mês de janeiro.
A região onde ocorreu o evento é repleta de barragens, o que chama a atenção para a necessidade de se debater o papel do Serviço Social e da Psicologia nesses contextos. O encontro que reuniu profissionais dessas áreas e teve como objetivo discutir a gestão do risco e a psicologia nas emergências e desastres. A palestrante convidada foi Valéria Corrêa, psicóloga clínica e sanitarista, apoiadora do Programa Nacional de Humanização (PNH).
O evento contou ainda com a presença de representantes CRESS-MG, do Conselho Estadual de Assistência Social (Ceas), União das Associações Comunitárias de Congonhas (Unacon), Associação Comunitária do Bairro Residencial, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Ambientalista Sandoval Souza Pinto Filho e do Padre João da Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Esta ação contou com apoio do CRPMG, do CRESS e do PSINDMG.
Barragem Casa de Pedra
As operações da Barragem Casa de Pedra, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), está instalada há cerca de 300 metros de bairros residenciais de Congonhas. Em outubro de 2017, um parecer do Ministério Público de Minas Gerais apontou risco de rompimento na barragem e determinou que a CSN Mineração tomasse uma série de medidas para sanar danos.
A barragem possui, atualmente, um maciço com aproximadamente 76 metros de altura, com capacidade de acumular cerca de 50 milhões de m³ de rejeitos. O clima na cidade é de tensão desde o crime da Vale em Brumadinho. Muitas moradoras e moradores da cidade dizem que não conseguem dormir desde o rompimento da Barragem do Feijão. Um estudo da própria mineradora apontou que, em caso de rompimento, os rejeitos da Casa de Pedra atingiriam quase imediatamente uma área com cerca de 350 casas e 1,5 mil pessoas. Segundo estimativas em caso de rompimento a lama alcançaria o centro da cidade. Congonhas tem 24 barragens. Além da CSN, Gerdau, Ferrous e Vale operam na cidade.
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