Reforma Psiquiátrica e Luta Antimanicomial levam mais de 200 profissionais a evento em Brasília de Minas

Publicado em 12/03/2019

O debate sobre os rumos da política de Saúde Mental levaram mais de duzentos profissionais a uma palestra promovida pelo Núcleo de Assistentes Sociais da região, o NAS Veredas, que teve como convidado Paulo Delgado, autor da Lei da Reforma Psiquiátrica, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com deficiência mental e é fruto da Luta Antimanicomial.

Para o palestrante, é preciso proteger aquelas pessoas que têm algum sofrimento mental, além de prezar pela garantia de medicamentos, equipamentos e profissionais que as possam acolher e tratar em liberdade. O coordenador do NAS, Daniel Afonso, lembrou que até algumas décadas atrás, o tratamento desse público era feito em hospícios e com diversas violações dos direitos humanos.

“A partir da Reforma Psiquiátrica, iniciada na década de 1980, esse tratamento passa a ser humanizado e comunitário. Hoje, entende-se que as e os pacientes precisam estar inseridos na sociedade e dentro do convívio familiar, mas ainda há muito a ser feito para materializar esta lei. Nesse sentido, enquanto o direito ainda for meio e a cidadania dessas pessoas estiver pela metade, nós do NAS Veredas estaremos na luta por inteiro”. pondera.

Diretor da Seccional Montes Claros, apoiadora da atividade, o assistente social Dimas Sales pontua que atividades como estas mostram que há muitas e muitos profissionais empenhados na luta antimanicomial, algo fundamental no atual cenário político do Brasil. “O país passa por um momento de risco, cujas propostas do atual governo põem em xeque o bom andamento da Reforma Psiquiátrica. Este evento vem para nos alentar e mostrar que não estamos sós nesta luta”, considera.

A realização da atividade em Brasília de Minas foi um marco para a região, pois, o município é referência em saúde, sendo uma microrregião que atende diversos municípios vizinhos, como considera a integrante do NAS, Daniella Neri. “O evento trouxe visibilidade para a questão da Saúde Mental e foi um momento para reflexão e discussão da necessidade de fortalecer essa política, a fim de garantir que todas as pessoas com transtorno mental possam ter acesso a um tratamento digno, humanizado e de qualidade.”

Integrante do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), Leila Silveira, se disse agradecida ao NAS por proporcionar às e aos profissionais da Saúde Mental, em especial do Serviço Social e da Psicologia, um debate tão oportuno. “Batalhamos para combater o estigma e preconceito com pessoas que têm algum tipo de transtorno mental. A atual política de Saúde Mental busca trazer tratamento adequado para essas pessoas, para que possam, entre outras coisas, participar da vida ativa em sociedade, afinal, elas têm o direito de estarem inseridas e não trancadas em manicômios. Além disso, é preciso ouvir o que essas usuárias e usuários têm a dizer”, sinaliza.

Saiba mais

Relembre, aqui, o Boletim Especial sobre Saúde Mental, produzido pelo CRESS-MG em maio de 2018. Nele, são abordados temas como as comunidades terapêuticas, a atuação das e dos assistentes sociais no tratamento de usuárias e usuários de álcool e outras drogas e muito mais.

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Informações do Jornal Acontece, de Brasília de Minas.

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