Presidente do CRESS-MG faz balanço da Gestão Seguindo na Luta

Publicado em 28/04/2017

Foram mais de 1000 dias de trabalho desde a posse da Gestão Seguindo na Luta – Pelo fortalecimento da categoria e em defesa do projeto ético-político, em 16 de maio de 2014. Com uma proposta organizada em 9 eixos de atuação, apresentada à categoria durante a campanha, a gestão buscou no cotidiano cumprir o compromisso firmado com os mais de 20 mil assistentes sociais mineiros.

Neste momento de transição, o Presidente do Conselho, Leonardo David, faz uma balanço desta caminhada de 3 anos, analisando o trabalho realizado.

Quais foram os principais eixos de trabalho que a Gestão Seguindo na Luta atuou nestes três anos?

Bem, podemos considerar que nosso primeiro desafio era realizar um Planejamento Estratégico para identificar os principais problemas e construir um conjunto de ações em busca de materializar as propostas de campanha da nossa Gestão. E foi o que fizemos, de posse da nossa carta programa realizamos um processo de imersão, durante 3 dias e Elaboramos um Planejamento Estratégico. A partir desse movimento tivemos a oportunidade de ter mais clareza sobre as reais possibilidades de materializar as nossas ações. Fizemos um amplo debate sobre a conjuntura da profissão e dos desafios colocados para o conjunto da classe trabalhadora. Desse modo, os nove eixos dos quais debatemos subsidiaram construção de ações e estratégias para fortalecer a profissão em Minas Gerais.

Você poderia destacar quais foram as prioridades definidas no Planejamento?

Nossa carta programa continha 84 propostas, distribuídas em nove eixos temáticos (Interiorização das ações; trabalho e formação profissional; políticas sociais e áreas de atuação profissional; gestão organizacional; comunicação; orientação e fiscalização; ética e direitos humanos; articulação e defesa da categoria e articulação com os movimentos sociais). Definimos como prioridade cinco grandes frentes de trabalho – “Interiorização das ações, luta pelas 30 horas, orientação e fiscalização, fortalecimento dos espaços de formação continuada e da comunicação.


Assessores/as e conselheiros/as da Sede e Seccionais Juiz de Fora, Montes Claros e Uberlândia se encontraram em BH para uma reunião de planejamento estratégico da Gestão (fevereiro, 2015)

Fale um pouco sobre os principais desafios vivenciados nestes três anos?

Eu diria que o principal desafio que vivenciamos também impacta o conjunto dos/as trabalhadores/as. A conjuntura de desmonte dos direitos conquistados, com consequências para as lutas sociais e o trabalho foram pontos marcantes e muito desafiadores, pois a nossa profissão, assim como outras, é afetada pelo comportamento da conjuntura política, econômica, social e cultural do país e do mundo. Destaco, também, as dimensões continentais do nosso Estado. Minas Gerais por si só apresenta um desafio geográfico, com uma proporção territorial grande. Daí, iniciamos, por meio da Comissão de Trabalho e Formação Profissional juntamente com os Núcleos de Assistentes Sociais e Unidades de Formação Acadêmica – UFA’s, a construção de um projeto ousado, realizar Encontros Regionais nas Mesorregiões de Minas com o intuito de debater junto com a categoria e com os estudantes questões candentes da formação e do exercício profissional.

Posso dizer que os Encontros foram muito produtivos e fortaleceu muito nossa profissão e os profissionais. Aproveito para agradecer imensamente à ABEPSS e a ENESSO pelo compromisso político em construir esse projeto de forma coletiva e democrática. Outro desafio foi realizar um levantamento sobre a realidade da implementação das 30 horas nos 853 municípios mineiros, que conseguimos com maestria realizar o levantamento. Foi quando tivemos a grata surpresa de que 78% dos municípios cumpriam a lei 12.317. Contudo, essa informação não poderia nos deixar satisfeitos e, construímos por meio da Comissão Estadual das 30 Horas (Comissão instaurada a partir do compromisso de campanha) um conjunto de estratégias na luta pela universalização das 30 horas em Minas. Foram muitas ações, muitas conquistas e, ainda precisamos avançar mais.

 


Mais de mil profissionais participaram do 4º Simpósio Mineiro de Assistentes Sociais (maio, 2016).

Você poderia destacar as principais ações realizadas pela Gestão Seguindo na Luta?

Tivemos o cuidado de elencar as principais ações desses três anos de gestão na Revista Conexão Geraes de Maio de 2017. Mas, gostaria de destacar dez: 1) Fortalecimento dos NAS (o relatório pode ser acessado neste aqui) 2)  Realização de 9 Encontros Regionais 3) O IV Simpósio Mineiro 4 ) O concurso Público para Agentes Fiscais e para a Área Administrativa do Conselho 5) A luta pelas 30 horas 6) A realização de minicursos 7) Vários eventos realizados nas Seccionais 8) A valorização dos/as trabalhadores/as do CRESS por meio de apoio à formação continuada, condições de trabalho e reajuste salarial em todos os anos 9) O início da revitalização da sede própria da Seccional de Uberlândia 10) Fortalecimento dos processos administrativos, jurídicos e de Fiscalização para melhor atendimento das demandas dos profissionais.

Para você, quais são os principais desafios que a profissão enfrentará nos próximos anos?

Como disse, precisamos sempre estar atentos aos desafios da conjuntura e seus rebatimentos nas profissões. Considerando que o Conjunto CFESS-CRESS vem atuando de forma crítica, combativa e propositiva diante da realidade que nos cerca, penso que é preciso em todo momento que as Entidades do Serviço Social mantenham e fortaleçam o seu patrimônio político conquistado ao longo desses anos. Aposto muito na articulação entre CFESS-CRESS, ABEPSS e ENESSO para fortalecer a profissão. Mesmo sabendo da importância de se debater e fortalecer as políticas públicas como Assistência Social, Saúde, Habitação, etc.., na minha opinião, um Conselho forte é aquele que discute a profissão e sua interface e articulação com as outras áreas.

Temos um patrimônio político e, fortalece-lo é imprescindível. Com o atual desmonte do Ensino Superior, as profissões estão sofrendo duros ataques, sem contar a escalada de precarização das demais políticas públicas e isso rebate na profissão. Daí a necessidade de fortalecer o nosso Projeto Ético-Político articulado às lutas mais gerais dos/as trabalhadores/as e a sintonia expressa com a direção Crítica e estratégica do Conjunto CFESS-CRESS.

Não tenho dúvidas de que “é preciso estar atentos/as e fortes” para contribuir com o enfrentamento ao conservadorismo e o constante fortalecimento da nossa profissão.


CRESS-MG participa de Mobilização Nacional das/os Assistentes Sociais Contra a Regressão de Direitos (novembro, 2016).

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