Publicado em 24/11/2015
Mesa de abertura, com a presença do diretor do CRESS-MG, Leonardo David Rosa Reis
Durante o 5º Encontro Nacional Serviço Social e Seguridade Social, as/os assistentes sociais de Minas Gerais marcaram forte presença entre as/os participantes. O evento, realizado pelo CFESS e pelo CRESS-MG, aconteceu entre 19 e 21 de novembro em Belo Horizonte, com o objetivo de reforçar o mote “Seguridade Social pública e estatal é possível!”.
Dáphane Santos Coutinho, assistente social do CRAS em Nanuque, foi uma dessas pessoas. Ela contou que foi a primeira participação em um evento nacional desse porte: “Como moro no interior, o acesso a outras capitais do país fica mais difícil. Como foi em Belo Horizonte, aproveitei a oportunidade. É um espaço riquíssimo para trocar experiências, você vê que as pessoas que atuam em diversos espaços institucionais têm as mesmas dificuldades, reflexões e questionamentos. Como estamos vivenciando um momento tenso de desmonte de direitos, é uma forma de nos fortalecermos e nos reunirmos para nos reorganizarmos e ver como é possível avançar nos direitos sociais e na seguridade social”.
Dáphane Santos Coutinho
Com cerca de 1.200 participantes de diferentes regiões do Brasil, o evento teve a troca de ideias e experiências como um dos grandes destaques. “O espaço proporciona interação entre os profissionais, com pessoas do país inteiro, que trazem características peculiares de onde vêm, mas que também vivenciam realidades muito próximas. É uma troca de experiências muito interessante, que leva em consideração o universo profissional e as particularidades territoriais e culturais. É imprescindível para nossa qualificação profissional. É um momento de muita informação nova, troca de conhecimento, aproximação teórica e avaliação profissional”, destacou Sther Cunha, profissional da docência em Serviço Social, de Belo Horizonte.
Sther Cunha
Programação intensa
Durante os três dias de programação foram realizadas quatro mesas de debates, 15 plenárias, lançamentos de livros e atividades de organização política da categoria nos espaços de representação e controle social. O tema central – seguridade social – foi abordado sob diversas perspectivas, considerando a prática da/do assistente social.
“O evento está sendo excelente, as palestras têm conteúdos muito bons, que trazem muita teoria, enquanto os debates trazem o aspecto da prática profissional, que é fundamental. É importante ter esse tipo de encontro, que reúne participantes de outros estados para interação e troca de vivências”, afirmou Marina dos Santos Oliveira, assistente social do CREAS de Curvelo.
Marina dos Santos Oliveira
No primeiro dia de atividades, o primeiro tema debatido foi “A crise do capital e a defesa da Seguridade Social no Brasil”, com a presença da assistente social e professora da UERJ, Elaine Behring, e do economista e professor da UnB, Evilásio Salvador. Na sequência, foi a vez da assistente social e professora da UFRN, Silvana Mara, da assistente social e professora da UFSC, Regina Mioto, e da deputada federal Érika Kokay falarem sobre “O avanço do conservadorismo na Seguridade Social e as implicações na concepção de família”.
“Atividades como essa favorecem o encontro de profissionais de todo o país e isso favorece uma troca profissional que vem enriquecer as nossas experiências e o nosso amadurecimento. As discussões são todas pautadas no compromisso ético-político, em um projeto que tem uma orientação construída pelo Serviço Social crítico e eu acho que esses encontros ajudam a cristalizar nas/nos assistentes sociais qual é o compromisso social que a nossa profissão tem. Estou muito satisfeita de estar participando, me atualizando, fazendo trocas profissionais e essa iniciativa deve ter continuidade”, comentou Daniela Leonel, assistente social da Universidade Federal de Minas Gerais.
Daniela Leonel
Já no segundo dia, a programação foi composta por plenárias simultâneas, sendo sete na parte da manhã e oito na parte da tarde. Foram contemplados temas como política de educação, drogas e internação compulsória, registro de informações e ética profissional, redução da maioridade penal, diversidade sexual, questão racial e xenofobia, entre outros.
Para a assistente social Rosimei Aparecida de Morais, que trabalha na área de saúde em Nova Lima, o 5º Encontro configurou um espaço não só para a reflexão, mas também para uma articulação da prática com a teoria. “Esses momentos são muito importantes por serem ricos em discussões que contribuem com a prática, principalmente sobre um tema tão importante, que agrega as políticas de assistência, previdência e saúde”, concluiu.
Rosimei Aparecida de Morais
O último dia foi marcado por atrações culturais e mais debates. Após a apresentação do grupo de maracatu Baque de Mina, a assistente social e conselheira do CFESS Daniela Castilho leu uma poesia de sua autoria para lembrar o Dia da Consciência Negra. Na sequência, aconteceu a mesa sobre “Desafios para o Serviço Social na Seguridade Social: formação, trabalho e organização dos sujeitos coletivos”, com apresentações de Raquel Raichelis, assistente social e professora da PUC-SP, de Yolanda Guerra, assistente social e professora da UFRJ, e de Rodrigo de Souza Filho, assistente social e professor da UFJF.
Na parte da tarde, o tema debatido foi “Condições de trabalho e autonomia profissional na Seguridade Social: questões para o Serviço Social”, conduzido por Rosa Predés, assistente social e professora da UFAL, e Josiane Soares, conselheira do CFESS e professora da UFS.
O conteúdo apresentado durante o evento também foi elogiado por Jéssica Alvim, assistente social da Prefeitura de Belo Horizonte. “Reconheço a importância desse evento como um momento de reflexão da profissão do assistente social e uma oxigenação das discussões que a gente vem fazendo, principalmente nesse contexto de crise no capitalismo, de cortes no sistema neoliberal, de uma administração pública que tem se pautado pela redução das políticas sociais. Ouvir as experiências de outros locais e de profissionais que estão voltados para o estudo da área, é de extrema relevância. É um momento muito privilegiado de discussão, reflexão e de crescimento, um norte para daqui para frente, como vamos nos posicionar, técnica, ética e reflexivamente em relação à nossa prática profissional”, assinalou.
Apresentação do grupo de maracatu Baque de Mina
Manifesto de Belo Horizonte
A tragédia de Mariana foi o tema escolhido para o Manifesto de Belo Horizonte, que foi lido antes do encerramento do encontro. Entre outros tópicos, o documento destaca que: “Repudiamos que os interesses do grande capital prevaleçam sob a vida das pessoas atingidas por este crime. Repudiamos as mortes de trabalhadores e trabalhadoras de Bento Rodrigues. Repudiamos a morte do Rio Doce. Exigimos punição aos culpados e a imediata responsabilização do Estado e da mineradora Samarco/Vale”.
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