Publicado em 13/01/2014
Cinema e socialismo foram colegas de escola no princípio do século 20. Às vezes juntos, cresceram, apaixonaram-se, magoaram-se, desiludiram-se e continuaram a aprender. Foi pensando nisso que, após ter divulgado uma lista com os 35 melhores filmes da esquerda, o Diário Liberdade, portal popular e anticapitalista da Galiza e países lusófonos, atualizou a lista que agora contém 50 longa metragens, nesta mesma linha.
Entre os títulos, estão os brasileiros "Cabra cega" (2005) e "O que é isso, companheiro?" (1997).
Segundo a publicação, "esta lista, inevitavelmente incompleta e truncada de injustiças, resgata da História do Cinema, as melhores e mais belas encarnações dos ideais da esquerda."
Veja alguns dos títulos abaixo:
Cabra cega
País: Brasil
Ano: 2009
Realizador: Toni Venturi
Embora injustamente relegado ao ilustre desconhecimento, este é um dos filmes mais interessantes e originais sobre a ditadura militar. O Che dizia que numa revolução ou se vence ou se morre, mas essa opção não tem Thiago, militante de uma organização armada, que é ferido e obrigado a se esconder numa casa clandestina. A sua prisão domiciliária é palco de diálogos enternecedores e para memórias tenebrosas que se desenrolam entre o pavor da prisão e da tortura e a paixão de Rosa, que confirma o axioma: a mulher que luta é mesmo a mais bonita.
Sambizanga
País: Angola
Ano: 1973
Realizador: Sarah Maldoror
Sambizanga arruma com o mito do “brando colonialismo português” numa clara e inequívoca afirmação da estética e cultura africanas. Domingos, militante do MPLA, é sequestrado pela PIDE e torturado durante vários dias. Entretanto, a sua família procura-o desesperadamente entre o desespero do povo angolano. Filmado no Congo com guerrilheiros do MPLA e do PAIGC na maioria dos papéis e baseado na obra de José Luandino Vieira, Sambizanga é um dos mais poderosos filmes anti-coloniais de todo o continente africano.
Machuca
País: Chile
Ano: 2004
Realizador: Andrés Wood
Chile, 1973. Dois rapazes são unidos pela amizade e separados pelas classes sociais. Este é um filme sobre a adolescência, com toda a esperança e violência que ela comporta e, por isso mesmo, a melhor lente sobre a História recente do Chile. Mas Machuca é muito mais do que uma rara janela para a experiência socialista de Allende e uma crítica à podridão da burguesia que engendrou Pinochet. É por direito, um dos melhores filmes chilenos alguma vez produzidos.
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