Mostra em BH exibe filmes produzidos por indígenas brasileiros e peruanos

Publicado em 27/06/2013

Onze filmes sobre temáticas do universo indígena compõem a mostra ¡Mira! – Artes visuais contemporâneas dos povos indígenas, que começou esta semana, no Centro Cultural UFMG, em BH. Os filmes foram produzidos por indígenas de diversas etnias do Peru e do Brasil. A mostra é gratuita e se estende até 30 de julho. 

O evento inclui exposição de obras de diversos países, também sediada no Centro Cultural, como resultado de pesquisa realizada por equipe formada por antropólogos, comunicadores e indigenistas, que percorreu milhares de quilômetros em busca da arte indígena latino-americana.

Os filmes são exibidos às terças e quintas-feiras, a partir das 19h e com entrada franca. O Centro Cultural UFMG fica na Praça da Estação, na Avenida Santos Dumont, 174, esquina com Rua da Bahia. Outras informações pelos telefones 3409-8284 e 3409-8290.

Conheça a programação a partir de hoje.

Quinta, 27 de junho
Shuku Shukuwe, a vida é para sempre
2012, 43min., Brasil
Agostinho Manduca Mateus Ika Muru

Por três vezes, yuxibu cantou shuku shukuwe, a vida é para sempre.
Ouviram as árvores, as cobras, os caranguejos.
Ouviram todos os seres que trocam suas peles e cascas.
Por três vezes, yuxibu cantou shuku shukuwe.
Mas a inocente não soube ouví-lo em silêncio.
E a vida se tornou breve.

Quinta, 4 de julho

Nhandé va'e kue meme'i, os seres da mata e sua vida como pessoas
2010, 27min., Brasil
Rafael Devos, Vherá Poty, Ana Luiza Carvalho da Rocha

“Essa câmera vai funcionar como um olho e o ouvido de todos que estão atrás dessa câmera, ela vai ser uma criança que vai estar escutando a fala dos meus avós”. Assim o jovem cacique Vherá Poty apresenta as imagens dos “bichinhos” e as narrativas mito-poéticas dos velhos em torno dos modos de criar, fazer e viver a cultura guarani, expressos na confecção de colares, no trançado das cestarias e na produção de esculturas em madeira dos seres da mata: onças, pássaros e outros “parentes”.

Bicicletas de Nhanderu
2011, 48min., Brasil
Patrícia Ferreira e Ariel Duarte Ortega

Uma imersão na espiritualidade presente no cotidiano dos Mbya-Guarani da aldeia Koenju, em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul.

Terça, 9 de julho

Quando os yãmiy vêm dançar conosco
2012, 57min., Brasil
Isael Maxacali, Suely Maxacali, Renata Otto

Aldeia Verde, uma comunidade maxacali localizada no município de ladainha, Minas Gerais. Segundo a tradição, a força dos maxacali provém das relações que eles mantêm com seus Yãmiy, seus espíritos: tudo está bem, quando os yãmiy vêm dançar conosco.

Quinta, 11 de julho

Buscando el azul
1997/2002, 45min., Peru
Fernando Valdívia

Víctor Churay é um jovem indígena Bora dedicado a pintar a história e a cosmovisão do seu povo, usando tintas naturais e telas extraídas da floresta; mas como ainda não encontrou a tinta natural azul se propôs encontrá-la. Durante essa busca surge o desejo não só de preservar a cultura de seu povo mas também de melhorar suas condições atuais de vida e reivindicar a capacidade dos nativos de controlar seus destinos. Para isso viaja a Lima, se prepara, estuda, mas essa busca tem preço, e a cidade está a ponto de cobrar.

Terça, 16 de julho

Wamhuire
2011, 20min., Brasil
Ranisson Xacriabá

O filme é o resultado da pesquisa do diretor sobre os motivos gráficos usados pelo povo Xacriabá.

Kene Yuxi, a volta dos kene
2010, 48min., Brasil
Zezinho Yube

Ao tentar reverter o abandono das tradições do seu povo e seguindo as pesquisas do seu pai, o professor e escritor Joaquim Maná, Zezinho Yube corre atrás dos conhecimentos dos grafismos tradicionais das mulheres Huni Kuin, auxiliado por sua mãe, a mestre Bimi.

Quinta , 18 de julho

Shipibo, o filme de nossa memória
2003, 51min., Peru
Fernando Valdívia

Em 1953, o antropólogo Harry Tschopik Jr. percorreu com sua câmera povos Shipibo da Amazônia peruana e filmou “os homens da montanha”. 50 anos depois os pesquisadores do Museu do Campo encontraram algumas dessas imagens nos arquivos do Museu Americano de História Natural e as compilam em um vídeo. Depois de várias gerações, o povo Shipibo poderia finalmente ver o filme. Uma equipe do Museu do Campo visitou a bacia do rio Ucayali para projetar o filme de Tschopik de recolher testemunhos do shipibo. Quão preciso é o filme de Tschopik? O que pensam os Shipibo sobre sua identidade, mudanças na sua cultura e o futuro para seus filhos?

Terça, 23 de julho

Corumbiara
2009, 117min., Brasil
Vincent Carelli

Em 1985, o indigenista Marcelo Santos denuncia um massacre de índios na gleba Corumbiara (RO) e Vincent Carelli filma o que resta das evidências. Bárbaro demais, o caso passa por fantasia e cai no esquecimento. Marcelo e sua equipe levam anos para encontrar os sobreviventes. Duas décadas depois, “Corumbiara” revela essa busca e a versão dos índios.

Quinta, 25 de julho 

Presente dos antigos

Terça, 30 de julho

Huni Meka, os cantos do cipó

Fonte: UFMG

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