Ocupação Eliana Silva faz nova investida para garantir moradia digna a centenas de famílias
Publicado em 28/08/2012
Perder uma batalha não significa perder a guerra. Três meses após terem sido desalojadas, as famílias que integram a Ocupação Eliana Silva tomaram outro terreno na Região do Barreiro, em BH, na última quarta-feira, 22 de agosto.
Desde a
desocupação, ocorrida em maio deste ano, cada uma dessas pessoas passou a viver de favor na casa de parentes e muitos foram parar nas ruas da cidade. A nova investida é consequência do descaso da Prefeitura de Belo Horizonte e do Governo Estadual de Minas Gerais que, após a desocupação em maio, negligenciaram uma moradia digna às famílias envolvidas.
Desde que se alojaram no novo terreno, essas pessoas têm vivido em estado de alerta, temendo uma nova ação truculenta por parte da polícia. Mas mesmo assim, não pensam em desistir. Segundo o coordenador do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Leonardo Péricles, dessa vez a luta é irreversível. “Estamos lutando por uma questão de sobrevivência. Portanto, só nos tirarão daqui mortos.”
Relatos
Logo que soube da ocupação, Terezinha Rosa de Carvalho, 62, não pensou duas vezes. Recolheu seus pertences e levou seus dois netos para o terreno ocupado, com esperanças de conseguir um lugar para viver e continuar criando as crianças. Até a semana passada, ela estava morando de favor na casa de um de seus filhos, que está preso. “Resolvi vir para cá porque preciso de um lugar para mim e acho que tenho direito a ter um, como qualquer cidadão brasileiro. Esse lugar não está sendo usado para nada útil, qual problema morarmos aqui, então?”
O bem-estar das crianças tem sido prioridade na comunidade recém-formada. Orientados pelo MLB, os membros da ocupação já estão providenciando a construção de uma creche no terreno. “As necessidades das crianças estão sendo priorizadas aqui. Além disso, com essa primeira obra esperamos contribuir com as mães que trabalham fora e não têm onde deixar seus filhos”, explica Leonardo.
Ajuda
Todos aqueles que quiserem se solidarizar com a Ocupação Eliana Silva podem doar materiais de alvenaria, tais como areia, brita, cimento, telha, tijolo etc. Também estão sendo aceitos cobertores, agasalhos para crianças e adultos e alimentos não perecíveis.
Pede-se, também, o apoio da mídia alternativa para divulgar a ocupação para o restante da sociedade. Com o monopólio dos meios de comunicação no Brasil, a divulgação desse tipo de ação só é feita por meio da imprensa popular e alternativa.
Para mais informações, conheça o
blog oficial da ocupação.
CRESS-MG apoia essa luta!
O CRESS-MG tem acompanhado a luta da Ocupação Eliana Silva desde o início. No dia da desocupação, 11 de maio, o Conselho estava presente no local e registrou a forma agressiva com que a polícia tratou os ocupantes.
Clique aqui para conferir o vídeo!
Para ver as fotos tiradas na mesma ocasião, clique aqui.
Alguns dias após o desalojamento, os integrantes da Ocupação acompanharam em frente à PBH e o CRESS-MG também registrou a manifestação. Clique aqui para conferir como foi.
Acompanhe, em nosso site, outras informações sobre a Ocupação Eliana Silva.