Programação intensa e discussões variadas movimentam comemoração do Dia do/a Assistente Social em Belo Horizonte

Publicado em 17/05/2012

Debates, palestras, teatro, lançamento de revista e coquetel. Tudo isto esteve presente na intensa programação que movimentou as comemorações do Dia do/a Assistente Social em Belo Horizonte. A maior parte das atividades programadas pelo CRESS-MG aconteceu na segunda-feira, 14 de maio. Diversos assistentes sociais se reuniram no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-MG) para uma tarde que envolveu discussões sobre a educação e sobre os desafios e perspectivas da profissão. Nesta quarta-feira, 16 de maio, foi a vez do Grupo de Trabalho Permanente de Saúde do CRESS-MG (GT Saúde) mobilizar profissionais para discutir o trabalho do assistente social na saúde.

A programação de segunda-feira foi aberta com a mesa “Serviço Social de olhos abertos para a Educação: ensino público e de qualidade é direito de todos/as”. A primeira a se pronunciar foi Pamela Lins, estudante do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix e diretora da Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social (Enesso). Em seu discurso, ele faz um breve resgate histórico do surgimento da Enesso e questionou, de forma poética, as injustiças sociais e a desvalorização da educação. Leia o discurso na íntegra.

Em seguida, o presidente do CRESS-MG, Leonardo David, apresentou a campanha nacional do Conjunto CFESS/CRESS intitulada “Serviço Social: de olhos abertos para a educação”. Foram apresentados dados relativos ao ensino superior, ressaltando o número de instituições privadas e públicas, presenciais e a distância. Ele criticou ainda a forma de avaliação das universidades.

Logo após a mesa de abertura, a professora da PUC-PR, Juciméri Isolda Silveira, apresentou a palestra “Imagem profissional e projeto ético-político: desafios e perspectivas”. Para ela, o maior desafio do Serviço Social na atualidade é definir claramente quais são suas funções. “Nossa profissão muda, se configura e temos que saber lidar com isso de forma corporativa, não corporativista”, alerta.

A professora ressaltou ainda que, sem o espaço da criatividade, a categoria não pode corresponder aos termos do projeto ético-político. “Vivemos em uma sociedade onde tudo que é improdutivo e subjetivo é ruim. Não existe espaço para criação, e isso reflete no trabalho do assistente social”, criticou. Mas Juciméri acredita que essa conjuntura, composta por indivíduos cada vez mais consumistas e individualistas está próximo do fim. “O conteúdo criativo e criador, que deveria guiar a atuação de muitas áreas profissionais, em breve terá centralidade no mundo”, prevê Juciméri.

Teatro do Oprimido

Os presentes tiveram ainda a oportunidade de participar de uma demonstração do Teatro do Oprimido, criado por Augusto Boal na década de 70 com o objetivo de fazer a junção entre o teatro e a ação social e política. Dirigida pelo diretor e educador Dimir Viana, a apresentação retratou a história de uma jovem órfã explorada socialmente e sexualmente por seu padrasto. Após a encenação, o público foi convidado para sugerir ações que pudessem reverter o problema social exposto e alguns espectadores interagiram com os atores.

– Confira vídeo da participação de uma assistente social que assumiu o papel da protagonista.

– Leia também a entrevista de Dimir Viana sobre as origens do Teatro do Oprimido e a possibilidade de articulação com o Serviço Social.

Ao final da cerimônia, ouve um coquetel e o lançamento da primeira edição da Revista Conexão Gerais, cujo tema central é "Educação não é mercadoria". Clique aqui e veja mais fotos do evento de segunda-feira, 14 de maio.

Saúde em debate

Mais de uma centena de assistentes sociais encheram o salão nobre da Faculdade de Medicina da UFMG, na noite desta quarta-feira, 16 de maio. O GT Saúde do CRESS-MG organizou a mesa-redonda “Processo de trabalho do assistente social na saúde: as bases ético-políticas, teórico-metodológicas e técnico-operativas constitutivas do saber e fazer profissional na atual conjuntura”. A mesa foi composta por Cristiano Carvalho, conselheiro do CRESS-MG; Fátima de Maria Masson, assistente social formada pela UERJ e assessora da direção do Instituto de Ginecologia da UFRJ; e Leonor Gonçalves, enfermeira e chefe da Divisão Técnica de Enfermagem do Hospital das Clínicas da UFMG.
 
Fátima de Maria Masson abriu o tema ressaltando a importância da reforma sanitária brasileira, que respondeu às contradições sociais utilizando categorias presentes na obra de Karl Marx. “Até então, uma visão positivista considerava que a saúde nada mais era do que o equilíbrio entre a psique e o meio ambiente. Mas há outros fatores que interferem na saúde, como as condições de trabalho, a vida econômica do país, etc. Esta percepção ajudou a formular qual o modelo deveríamos adotar. O SUS surge dessa visão integral da saúde, que leva em conta condicionantes sociais, econômicos e políticos”, analisa.
 
Em seu pronunciamento, Leonor Gonçalves criticou a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para gerir os hospitais universitários. Ela também alertou para os riscos da aprovação do Ato Médico. Segunda ela, o trabalho em saúde é interdisciplinar e cada profissão tem um ângulo novo e complementar para oferecer. “O médico não pode, por exemplo, ser o único a tomar a decisão de enviar um paciente para casa. Se o assistente social que conhece as condições de habitação daquele indivíduo achar que o ambiente não é propício para sua recuperação, ele precisa ter meios para intervir”, exemplificou.
 
Cristiano Carvalho ressaltou que o Serviço Social nos hospitais não pode ser considerado um mero balcão de práticas emergenciais. O trabalho deve ser planejado, com base em pesquisa e em levantamentos. “O lugar do assistente social na saúde não nos foi dado. Ele foi construído por nós e, por isso, precisamos valorizá-lo. Não podemos admitir que outros profissionais do hospital pensem que o assistente social é praticamente um secretário”, defendeu. Ao final do debate, houve ainda um momento para que o público pudesse intervir e perguntar.

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