CRESS-MG realiza Seminário Estadual do Serviço Social na Educação

Publicado em 03/04/2012

O Seminário Estadual de Serviço Social na Educação foi realizado no dia 29 de março, em Belo Horizonte, no auditório do Centro Universitário UNA. Foram objetivos do encontro fortalecer as ações da categoria nas políticas que envolvem a Educação, refletir sobre a atuação da categoria nesse espaço sócio-ocupacional e discutir as temáticas que serão abordadas no 1º Encontro Nacional de Serviço Social na Educação. O evento reuniu cerca de 200 assistentes sociais de todo o estado.

A mesa de abertura foi composta por Leonardo David, presidente do CRESS-MG, Felipe Moreira, conselheiro do CRESS-RJ e representante da Região Sudeste no GT Nacional de Educação do CFESS, Fabrícia Maciel, coordenadora do Curso de Serviço Social do Centro Universitário UNA e conselheira do CRESS-MG, Janaína Andrade, coordenadora no GT Serviço Social na Educação do CRESS-MG e Ana Maria Conegundes, assessora do deputado estadual André Quintão, autor da Lei 16.683/07, que autoriza o Poder Executivo a desenvolver ações de acompanhamento social nas escolas da rede pública estadual.

Veja aqui algumas fotos do evento!

Paulino José Orso, doutor em Educação pela Unicamp e docente da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), foi convidado para participar da Conferência Magna do evento. O tema abordado foi “A Educação na sociedade de classes”. Para Orso, a educação prepara o homem para viver na sociedade e não se resume apenas às instituições de ensino. “São muitas as formas de educar, uma delas é a escola, mas há também a família e o trabalho. A questão é saber que sociedade é essa para a qual se educa.” O conferencista diz, ainda, que o poder de transformação de uma sociedade só existe quando as pessoas passam a compreendê-la e se reconhecem como partes de um grupo social. “É preciso criar condições de elo, em que as pessoas se identifiquem como classe e lutem para superar sua condição existente.”

Debate e participação

Em seguida, Eliana Bolorino, doutora em Serviço Social pela PUC-SP e professora na Unesp – Franca/SP, apresentou o tema "O Serviço Social na área da Educação: desafios e perspectivas". Segundo ela, é necessário que o/a assistente social que atua dentro da escola possa compreender a realidade dos alunos por meio de uma crítica que abrange todos os membros da comunidade escolar, tais como os educadores e os familiares. “O professor, muitas vezes, apesar de conhecer as contradições e problemas vivenciados por seus alunos, pode não conseguir relacionar isso com as questões conjunturais. Nesse sentido, o/a assistente social deve decodificar esse cenário, pois é ele que tem um contato direto com a população e os professores.” Eliana acredita que um dos maiores desafios dos/das profissionais de Serviço Social que atuam na Educação, hoje, é conquistar e manter uma visão aberta das políticas da área da Educação. “É preciso entender seus contrapontos, conhecer as diretrizes e influências ideológicas dessas políticas, para que o/a profissional possa atuar nos espaços ocupacionais não com uma visão reducionista de atendimento às demandas ali presentes, mas com a consciência de que essas demandas estão inseridas num contexto mais amplo.”

A participante Jacqueline Moreira, que trabalha para a Secretaria de Educação da Prefeitura de Varginha, acredita que o debate promovido pelo Seminário contribuiu para ampliar a sua análise pessoal desse espaço sócio-ocupacional, que em algumas regiões, ainda é pequeno. Ela também conta que a fala da professora Eliana chamou muito a sua atenção. “Concordo quando ela diz que esse é um espaço de ocupação contraditório e complexo, e que para darmos conta dele, é preciso muito estudo.” Os slides apresentados pela professora podem ser acessados clicando aqui.

Para fechar o primeiro momento do Seminário, Simone Lessa, doutora em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora no Centro Universitário Uniabeu no Rio de Janeiro, falou sobre a importância de combater a ideia romântica de que a escola pode solucionar todos os problemas sociais. “Sozinha a Educação não pode ser uma arma para a construção de um país do futuro. De uma maneira geral, as políticas sociais não solucionarão a chamada questão social, que é originária da sociedade capitalista.” Segundo Simone, a complexidade das políticas que formam a área da Educação é imensa, e para tentar minimizar as questões que surgem no âmbito social, é fundamental que seja realizada uma articulação entre as diversas políticas públicas. “É preciso contar com boas escolas, com espaços que recebam bem as pessoas, com professores bem remunerados, qualificados e envolvidos com o processo educacional.” Para visualizar os slides apresentados por Simone, clique aqui.

A participante Maria do Carmo Santos, que atua na Educação há quase 30 anos, afirma que é a partir de eventos como esse que a categoria profissional pode conhecer novos espaços de atuação. “Aqui é possível trocar experiências e isso é fundamental para o nosso cotidiano profissional. Desde minha formação, trabalho dentro de escolas, então sempre pude ver espaços de atuação para o assistente social nessa área, e isso precisa ser destacado.”

Novas indagações

O período da tarde foi aberto com a palestra de Maria Alice Nogueira, doutora em Educação pela Universidade Paris V, professora da Faculdade de Educação da UFMG, coordenadora do Observatório Sociológico Família-Escola (OSFE) e coordenadora do GT Educação e Sociedade da Sociedade Brasileira de Sociologia. Para a palestrante, existem posições conflitantes entre a Sociologia e o Serviço Social no que diz respeito à educação. “Entretanto, acredito que seja saudável esse debate entre as diversas áreas do conhecimento, sobre um tema que é fundamental em nossa sociedade”, analisa.

Os participantes fomentaram discussões sobre a atuação do/a assistente social no ensino privado, e foi esse o tema que motivou Marilene Cunha a participar do Seminário. A assistente social, que trabalha no Sistema de Limpeza Urbana da Prefeitura de Belo Horizonte (SLU/PBH), diz que tem muitos questionamentos sobre a prática dos/das colegas de profissão, dentro das escolas particulares. “Existem casos de assistentes sociais que atuam em instituições privadas e que lidam apenas com alunos bolsistas ou com os trabalhos filantrópicos realizados pelas entidades. Não há relação do Serviço Social com os estudantes e suas famílias nesses locais, e eu sinto que esse espaço de atuação existe. A nossa categoria precisa se apropriar dele.”

A série de palestras foi finalizada com a apresentação do documento do CFESS “Subsídios para o debate sobre Serviço Social na Educação”, feita por Felipe Moreira. Segundo ele, o conteúdo desse material pode colaborar bastante para compreender o tema, dentro de Minas Gerais. “Apesar dessa não ser a versão final, esse documento revela muitos dados inéditos para essa discussão, contribuindo, principalmente, para revelar a cara do Serviço Social na Educação no Brasil.” Tomando como referência a sua participação no Seminário, Felipe diz que é possível traçar algumas características específicas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, no que se refere à discussão dessa temática. “Há uma diferença fundamental, que é o fato de Minas Gerais possuir uma lei que garante o acompanhamento social nas escolas estaduais (Lei 16.683/07). Mas pelo que eu percebi hoje, os dilemas, os desafios, as contradições e os limites desse debate me pareceram muito semelhantes entre esses dois estados.” Para ler o documento na íntegra, clique aqui!

O Seminário foi encerrado com a divisão dos participantes nos seguintes grupos de trabalho: A concepção de Educação que norteia o trabalho do/da assistente social de acordo com o projeto ético-político; Acesso da população à Educação formal e não formal; Permanência da população nas instituições educacionais e naquelas vinculadas à Educação não formal; Qualidade dos serviços prestados no sistema educacional; Gestão democrática e participativa da população no campo educacional; Histórico de implantação do serviço social na Educação e a situação funcional dos Assistentes Sociais no âmbito da Política de Educação; e Política de Assistência Estudantil.

As propostas que foram discutidas nos GTs serão encaminhadas ao CFESS para a construção do documento final, que será apresentado durante o Encontro Nacional do Serviço Social na Educação, previsto para os  dias 31 de maio e 1º de junho em Maceió (AL).

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