Encontro Estadual das Cofis aborda transformações no Serviço Social
Publicado em 14/03/2013
O Encontro Estadual das Comissões de Orientação e Fiscalização (Cofis) aconteceu no dia 7 de março, na Sede (BH), e teve como tema principal “O exercício da fiscalização profissional no âmbito da prevenção e orientação, em tempos de precariedade da formação: desafios a serem enfrentados e possibilidades a serem construídas”.
Além de reunir os conselheiros fiscais da Sede e das Seccionais, o evento teve a presença da professora da Ufal e representante da Cofi do CFESS, Rosa Lúcia Prédes, que trouxe contribuições para os debates acerca do exercício da fiscalização realizadas pelos CRESS, bem como, das questões postas para a atuação profissional na atualidade.
O Encontro teve como objetivo avaliar o desempenho das Cofis do CRESS-MG no ano passado e traçar estratégias, em conjunto, para o ano de 2013. Foram levantados, ainda, temas como supervisão de estágio, condições éticas e técnicas do exercício profissional, exercício ilegal da profissão e fiscalização do exercício profissional no âmbito preventivo.
Para Fernanda Calhau, agente fiscal na Sede, a reunião foi bastante produtiva. “O encontro foi uma oportunidade de troca de experiências e ideias, que contribuiu para melhor entender, planejar e subsidiar o trabalho dos técnicos e das Comissões.” Ela acredita que a participação de Rosa tenha sido muito oportuna. "O conhecimento da professora foi essencial para melhor aprofundarmos nas reflexões da nossa atuação e definirmos os objetivos que desejamos alcançar este ano”, conclui.
Transformações na profissão
Originalmente os assistentes sociais vêm da classe trabalhadora, no entanto, hoje em dia, com a precariedade da formação acadêmica e com a própria segmentação desse grupo social, o perfil desse profissional vem se modificando, como aponta a conselheira do CFESS. “Trabalho com a hipótese de que há uma fratura na profissão. Não temos mais condições de garantir uma unicidade. Eu me refiro à impossibilidade de identificar elementos que fazem de alguém um assistente social, como acontecia antes”, diz.
Se, atualmente, na formação o conteúdo é tratado de maneira diferente, inclusive por conta dos cursos de ensino a distância (EAD), é natural que os profissionais sejam formados de maneira diferente. Entretanto, segundo Rosa, a responsabilidade dessas alterações não é apenas das instituições de ensino. “Hoje é possível dizer que temos uma diversificação no interior da formação profissional, parte se deve à academia, mas alguns elementos são da nossa alçada”, ressalta.
Por conta dessas mudanças no perfil do profissional de Serviço Social, um dos maiores desafios das Cofis se relaciona com a organização. De acordo com Rosa, não se trata apenas de ampliar o quadro de funcionários, mas também de pensar se a estratégia usada hoje, ainda é válida. “Temos à nossa disposição o recurso da pesquisa, o Siscafw, que não serve só para sistematizar, mas para organizar a atuação das Comissões.” Ela ainda ressalta que é preciso usufruir dos recursos oferecidos pelo sistema de informática segundo o contingente populacional atual e o volume de informações que chega até as Cofis.
Apesar desses desafios na formação de profissionais capazes de responder às demandas atuais da sociedade, Rosa afirma que essas transformações no perfil do assistente social não devem ser vistas de forma negativa. “A profissão não está acabada, pelo contrário, o nosso campo de atuação só tem crescido. Só o fato dela estar tomando novas formas demonstra isso”, destaca.