“Banquetaço” ocorre em Belo Horizonte, promovendo reflexões sobre a Segurança Alimentar no Brasil e comemorando o retorno do Consea

Publicado em 16/10/2024

Nesta quarta-feira, dia 16 de outubro, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais (Consea-MG) promoveu em Belo Horizonte, um evento chamado Banquetaço. A ação visa promover debates sobre a soberania e a segurança alimentar em todo o país.

A atividade aconteceu das 11h às 16h, embaixo do viaduto Santa Tereza, em uma região da capital com expressivo número de pessoas em situação de rua. Trata-se de uma ação coletiva, promovida por militantes de movimentos sociais e profissionais como nutricionistas e cozinheiras que lutam contra a fome.

Por essa razão, a iniciativa abrange desde a produção dos alimentos, a educação gastronômica para a escolha dos ingredientes, até as técnicas de preparo e a conscientização para o uso dos resíduos. Para a assistente social e conselheira do CRESS-MG, Luciana Barros, o Banquetaço é um ato de resistência e denúncia.

“A maioria de nós, assistentes sociais, trabalhamos diariamente com essa que se apresenta como a mais cruel expressão da questão social. Onde tem fome, tem racismo, tem falta de acesso a inúmeros direitos e tem o capital cumprindo muito ‘bem’ o seu papel”, pontua.

Como observa a profissional, o 9º Princípio Fundamental do Código de Ética Profissional das e dos Assistentes Sociais versa justamente sobre a “articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral da classe trabalhadora”.

“É isso que estamos fazendo aqui, seja enquanto a instituição CRESS ou pela participação em outros espaços de militância. A partir de espaços como esses, de lutas e reafirmações, poderemos construir, coletivamente, as reais e necessárias transformações em busca de uma nova ordem societária”, enfatiza Luciana.

Assistentes sociais presentes na luta coletiva pela segurança alimentar! Representando a categoria: Leonardo Koury, José Ribeiro e Luciana Barros.

O assistente social Leonardo Koury, que atuou na organização desse momento, explica que a fome é uma das expressões mais latentes da desigualdade do sistema capitalista e que o papel da e do assistente social se inicia ao trabalhar justamente na promoção do direito humano à alimentação adequada, por exemplo.

“A segurança alimentar e nutricional que se relaciona com a condição de direito humano à alimentação adequada, faz parte do que chamamos, no âmbito do entendimento em Marx, de expressões da questão social, onde a fome é uma das mais latentes da desigualdade do sistema capitalista”, explica o profissional.

“Nós, assistentes sociais, que há 40 anos entendemos que entre a caridade e a repressão, temos um outro lugar de atuação, que é o de promover o direito humano à alimentação adequada, articular com os movimentos da cidade e do campo e ressignificar esse lugar da nossa gênese, que ainda é continuado por essa sociedade da relação do capital e da exploração de classe”, diz.

O 16 de outubro marca, ainda, a criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), em 1981, quando foi instituído o Dia Mundial da Alimentação. Desde então, a data impulsiona ações sobre essa pauta em pelo menos 150 nações, e, anualmente, a ONU define um tema central para sensibilizar sobre a importância de que toda a população tenha acesso não só a uma alimentação, mas que seja adequada, segura, variada e nutritiva.

Para 2024, o tema escolhido foi “direito aos alimentos para um futuro e uma vida melhores”. No Brasil, a FAO classifica como maiores desafios alimentares a contaminação, a pouca diversidade, a perda e o desperdício de alimentos.

A presidenta do Consea, Simone Shiki contextualizou que o Banquetaço passou a ser realizado a fim de reivindicar, também, o retorno do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, o Consea, criado em 24 de abril de 1993, excluído em 2019, no Governo Bolsonaro, e finalmente restaurado em 28 de fevereiro de 2023.

“Houve, em 2019 mesmo, uma mobilização de vários movimentos sociais que se organizaram no Brasil todo, promovendo essa ação em diversos locais do território nacional, para mostrar a importância da segurança alimentar e nutricional, bem como o papel da luta coletiva que, neste caso, foi se fortalecendo com o passar dos anos.”

Simone Shiki, presidenta do Consea-MG

Além disso, a presidenta do Consea comentou que as expectativas são positivas no sentido de promover o evento nos próximos anos, levando, assim, informação para que a pauta da segurança alimentar se torne uma demanda de toda a sociedade, independente de posicionamentos partidários.

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