Ser mulher

Publicado em 08/03/2016

Sônia Gomes de Oliveira

Em Montes Claros, a assistente social Sônia Gomes de Oliveira trabalha com projeto de desenvolvimento social rural e urbano e acompanhamento de pastorais sociais. Em seu trabalho, ela acompanha grupos de mulheres em presídio, pastoral do menor, pastoral da saúde, pastoral da criança, da terra com assentamentos, Quilombolas, entre outros. Em todos esses grupos, a questão do gênero aparece como transversalidade do trabalho, com reflexões sobre temas como a violência contra a mulher.

Com grande bagagem profissional e pessoal sobre o tema, Sônia conversou com o CRESS-MG sobre os desafios de ser mulher e assistente social e trabalhar com mulheres em situação de vulnerabilidade social. Confira:

“São inúmeros os desafios. Por ser mulher, carregamos a cultura da sociedade machista, em que as melhores posições são destinadas aos homens. Aqui no Norte de Minas Gerais, especificamente, região que ainda carrega muitas características coronelistas, a submissão da mulher é ainda mais forte. Por isso, ser assistente social em um ambiente em que a mulher tem que confrontar esse machismo consiste também em garantir o regaste da autoestima e da efetivação dos direitos.

Pessoalmente, tenho muito forte a característica de enfrentamento e de luta, tanto é que estou muito mais na rua e no contato direto com as pessoas. Ao mesmo tempo em que acompanho grupos de vulnerabilidade social, como mulher negra acabo assumindo um pouco essa situação também na profissão. E por mais que se fale em direitos, ainda existe um preconceito que, apesar de velado, é muito forte. Não basta ser boa, tem que ser excelente no que se faz para a sociedade te aceitar.

Por outro lado, tenho alegria de ser assistente social, pois é uma profissão que favorece a aproximação com esses grupos de mulheres. Ser mulher é ser geradora de vida, e enquanto profissional, é possível gerar vidas novas a várias mulheres – a que apanha do marido, a mãe que tem um filho no presídio, a mulher presa ou a que sofre violência: são vidas resgatadas.

A estrada é longa, mas já existe um avanço muito grande nessa caminhada. A cada dia surgem novos conflitos, lutas e atores e temos que ser mulheres, com autenticidade, docilidade, resgatando o feminino e também o espírito de luta. Essa é a beleza de ser mulher: ao mesmo em que pode ser um vento forte, pode ser uma brisa mansa”.

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