Publicado em 16/12/2014
“No confronto armado a direita sorrateiramente enclausura o verbo
Tempos de incertezas e aparências
Tempos de falsos prognósticos de cura
Mas elas se preparam para a grande batalha
Protestam e erguem suas altivas bandeiras vermelhas
Ensaiam inesquecíveis melodias
Em uma espécie de mistura fecunda entre o sonho e o som
Disparam olhares fatais
E clamam: Queremos liberdades iguais!”
(tempos desiguais – daniela castilho)
A veia verborrágica e fascista do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) ecoou na tribuna no dia 9/12 como um estampido ensurdecedor. O tiro verbal desferido contra a deputada federal Maria do Rosário (PT- RS), por meio da frase "só não lhe estupro porque você não merece" repercutiu de forma deletéria e causou reações e indignações em vários segmentos da sociedade. O perigo conservador ronda as ruas. Tempos sombrios estes vividos de tormentas ofegantes, desejos amputados e sussurros sequestrados.
As agressões e xingamentos, já comuns por parte do deputado, lançadas neste caso contra Maria do Rosário, só corroboram e naturalizam a violência sofrida pelas mulheres brasileiras, visto que, de acordo com dados do Ministério da Justiça, cerca de 50 mil mulheres são estupradas por ano.
As posições de Bolsonaro, além de contribuir para a naturalização da violência contra as mulheres, enaltecem posições machistas, racistas, fundamentalistas, misóginas e homofóbicas.
Queremos aqui nos solidarizar com a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), por ter sido atingida diretamente, mas também porque este ato “isolado” reverbera de forma nefasta em todas as mulheres brasileiras, principalmente aquelas que vivem nas periferias desse país.
O ódio arremessado pelas palavras espinhosas de Bolsonaro esconde o seu incômodo em relação ao relatório apresentado pela Comissão da Verdade, já que o referido deputado, um militar de reserva, tem como objetivo impedir a punição de torturadores do regime militar brasileiro. Contra a violência da carência fatigada, fustigada por sinistras cantilenas, as mulheres torturadas pela ditadura tiveram seus corpos violentados no deserto dos desejos obsoletos de incontáveis homens fardados.
Sabemos que, se a ditadura foi implacável com os homens que lutaram por um mundo de liberdade e justiça, contra as mulheres, a tortura, além de física, teve um conteúdo simbólico irreparável, por meio de experiências de estupros, chutes nas barrigas das mulheres grávidas; retirada dos/as filhos/as dessas mulheres; choques elétricos em suas genitálias e sucessivas humilhações na presença de seus/suas filhos/as pequenos/as.
Vontades historicamente subalternizadas estão passivas de novas lutas, em que ceder está no campo das impossibilidades. Queremos aqui dizer: nenhuma trégua à violência impetrada contra mulheres, negros/as, pobres, crianças e adolescentes e população LGBT.
Exigimos, portanto, justiça e cassação do mandato de Bolsonaro!
Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
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