Assistente social fala sobre sua atuação no combate à violência contra a mulher

Publicado em 10/10/2014

A violência contra a mulher, expressa de diversas formas, é característica de uma sociedade patriarcal e machista. Apesar da individualidade de cada caso, é impossível avaliar e combater essa violência sem considerar o contexto social no qual ela se dá.

É nessa perspectiva que se legitima a atuação de assistentes sociais em órgãos de combate às diversas violências sofridas pelas mulheres, tais como casas de abrigo e delegacias especializadas em crimes de gênero.

Composto por uma equipe multiprofissional, o Projeto Dialogar, implantado pela Polícia Civil, na capital mineira, em 2010, é um exemplo dessas iniciativas. A ideia é promover oficinas com os envolvidos em crimes de violência contra a mulher, no intuito de romper o ciclo da violência doméstica, como explica a analista da Polícia Civil e assistente social, Eliane Sanches.

“A mulher, após fazer a denúncia na Delegacia de Mulheres, recebe o convite para participar de nossas atividades direcionadas à conscientização da vítima em relação à violência sofridas por ela. Já o homem chega até nós por determinação da justiça, tendo que participar de dez encontros grupais no qual compartilha sua experiência com outros agressores”, diz.

O profissional de Serviço Social atua junto aos conflitos relativos à violência doméstica e familiar, tendo em vista, sua capacidade instrumental e metodológica em lidar com questões interpessoais e por entender que este é um fenômeno social, que deve ser enfrentado através de estratégias políticas e de intervenção social direta, como destaca Eliane.

“Junto com dois psicólogos, trabalhamos numa perspectiva educativa, na tentativa de construir uma consciência crítica tanto no agressor como na vítima. É um trabalho no sentido de interromper o ciclo da violência e da transformação, promovendo no homem a reflexão sobre a corresponsabilidade de seus atos e resgatando a mulher como sujeita de direitos”, assinala.

Droga, alcoolismo, fácil acesso a armas de fogo e desigualdade social estão relacionados diretamente com a violência doméstica. O que se constata quanto ao perfil do agressor é que este costuma ser um homem controlador e geralmente familiar da vítima. Entretanto não é possível dizer qual a classe social da maioria desses homens, como destaca Eliane. “A violência doméstica é uma questão de gênero, portanto, não conhece barreiras socioeconômicas, de religião, idade ou cor.”

Tipos de violência

A violência física e sexual são as que têm mais visibilidade e que são mais debatidas na sociedade, entretanto, há outros tipos de violência, também configuradas como violência contra a mulher e, portanto, crime.

A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), em seu artigo 6º, pontua a violência doméstica e familiar contra a mulher como uma das formas de violação dos direitos humanos, classificando-a em:

·         Violência Física: agressões físicas cometidas através de socos, chutes, murros, queimaduras e até mesmo com o uso de armas de fogo e facas;

·         Violência Patrimonial: prejuízos ao patrimônio por meio da destruição do patrimônio, de objetos e até mesmo documentos;

·         Violência Sexual: através do uso da força, o agressor obriga a vítima a manter relações sexuais contra sua vontade;

·         Violência Moral: aquela que causa à vítima constrangimento, como calúnias, difamação ou insulto;

·      Violência Psicológica ou Emocional: é toda forma de insulto aos valores morais, muitas das vezes apresentada de forma silenciosa e que pode deixar marcas profundas, tendo, ainda, a característica de ser acumulativa e constante. 

Imagens: Think Olga

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