Publicado em 03/09/2012
A Comissão de Saúde e Serviço Social do CRESS-MG realizou, no dia 22 de agosto, na Sede (BH), uma reunião com assistentes sociais inseridos em Programas de Residência Multiprofissional e que também contou com a presença do estudante José Gomes Ribeiro, coordenador regional da Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social (Enesso).
Além do caráter formador, a experiência da residência multiprofissional visa fortalecer e qualificar o processo de intervenção profissional no sentido da elaboração, implantação e implementação de projetos e ações socioeducativas e culturais com a população usuária dos serviços. Por essas questões, é necessário construir espaços dialógicos entre os assistentes sociais, Conjunto CRESS/CFESS e Enesso sobre a temática.
O debate
Atualmente, os Programas de Residência Multiprofissional em Saúde são estruturados com a finalidade de constituir uma base teórica e metodológica de acordo com as diretrizes da Política de Educação Permanente para o SUS. E por isso, visa uma aprendizagem em equipe multiprofissional inserida na realidade dos serviços de saúde, buscando articular o conhecimento interdisciplinar com a prática multiprofissional e intersetorial.
Em geral, esses programas são realizados na forma de educação em serviço, estruturados em dois anos e com cerca de seis mil horas de duração, como explica Vanessa Gomes, assistente social residente no Hospital Municipal Odilon Behrens (BH). “Aproximadamente 80% do curso é realizado dentro de unidade de saúde e as equipes são integradas à dinâmica do serviço, propiciando uma imersão local. Apenas 20% da carga horária é reservada para a teoria.”
Cada vez mais, é exigido que o profissional, inserido em unidades de saúde onde há programas de residência, tenha o domínio pedagógico e administrativo da área multiprofissional em questão, sem se descuidar da parte de tutoria específica do Serviço Social. “Nessa tutoria, o assistente social procura refletir e traçar caminhos para a integração ensino/serviço para reconhecer espaços de atuação próprios e interdisciplinares”, afirma Cristiano Costa de Carvalho, conselheiro do CRESS-MG e coordenador da Comissão.
Para ele, a reflexão fica extremamente densa quando se trata de não perder a perspectiva generalista da profissão e de não ficar subordinado às práticas clinicas. “É importante considerar que o exercício profissional deve ir além do imediatismo, da atividade burocrática, ir além das rotinas institucionais e apreender o movimento da realidade”, ressalta Cristiano.
Desafios da formação
Já no âmbito do conhecimento, Cristiano acredita que cabe ao Serviço Social refletir o percurso histórico da Seguridade Social brasileira, contextualizando aspectos sociopolíticos no sistema de proteção social. “É fundamental fortalecer nossa formação e atuação em favor da realização do SUS enquanto política pública, estatal e universal”. Além disso, ele cita como fatores importantes: discutir o processo de trabalho do assistente social no enfrentamento da questão social e no cotidiano da atuação na política de saúde; refletir sobre o projeto ético-político profissional à luz do Código de Ética e o processo organizativo da categoria, em seus fundamentos sócio-históricos; propiciar aos profissionais da Saúde um espaço de troca e discussão acerca das possíveis estratégias de intervenção profissional no enfrentamento da questão social; e produzir pesquisas e estratégias de produção do conhecimento nessa área.
O espaço da residência multiprofissional vem se mostrando bastante desafiador, pois o desenvolvimento de práticas multiprofissionais não é algo automático, necessita esforço da equipe, abertura e incentivo institucional e condições técnicas e políticas para lidar com os conflitos que surgem desse processo. O desenvolvimento de ação multiprofissional envolve uma carga grande de cooperação entre os profissionais e coordenadores para que as diferentes profissões possam se reunir.
No final do encontro, os presentes concordaram em afirmar que as práticas multiprofissionais podem se aproximar e também se traduzir em interdisciplinares, mas esta pode ser apenas uma das decorrências. Fazer com que um encontro multiprofissional se torne espaço de reflexão e prática interdisciplinar não é um processo automático e também não é um espaço isento de conflitos, pois os status e os saberes das profissões podem ser questionados, somados e mesmo reconstruídos. É um processo de avaliação e planejamento do serviço de maneira continua e conjunta, mas que possibilita a superação de práticas individualizadas e uniprofissionais.
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