Publicado em 16/09/2011
A greve dos professores completou seu centésimo dia, ontem, sem motivos para comemorar. Em uma assembleia que teve a presença de sindicatos e instituições de mais de 20 cidades mineiras – como o próprio CRESS-MG, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sindi-UTE/MG) decidiu, em plenário, pela continuidade da paralisação.
Além disso, foi aprovado um ato público que acontece oficialmente hoje, na Praça da Liberdade. Os grevistas aproveitarão o lançamento do relógio regressivo para a Copa do Mundo – onde estarão presentes a presidenta Dilma e o governador Anastásia – para exigir o piso salarial de R$1.597,87 por 24h de trabalho.
Segundo a coordenadora geral do Sindi-UTE, Beatriz Cerqueira, o ato de hoje pretende repercutir nacionalmente, chamando a atenção do país para o descumprimento que está acontecendo no estado, de uma Lei Federal.
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Apoio
Nos arredores da Praça da Assembleia, cerca de 20 ônibus de viagem traziam centenas de pessoas de diferentes regiões de Minas Gerais que vieram endossar o evento. Claudinéia Soares veio da cidade de Simonésia, na zona da mata, com mais 15 pessoas para apoiar a paralisação. Mãe de 2 filhas cuja escola está em greve, ela conta que valeu a pena ter viajado 324 km para defender uma causa tão importante. “Viemos aqui para mostrar aos professores que eles têm o nosso apoio para manter a paralisação até que seus direitos sejam cumpridos!”
Alguns cidadãos acreditam que o movimento traz prejuízo apenas aos grevistas. Para essas pessoas, Feliciana Saldanha, diretora regional do Vale do Aço Sind-UTE/MG ressalta a importância de que a sociedade entenda a paralisação como defesa da educação. “Esta luta não é apenas por uma questão salarial, mas, sobretudo para melhoria na qualidade da educação pública”.
Funcionários dos Correios, oficialmente em greve há 3 dias, aderiram à causa dos professores e, devidamente uniformizados, foram recebidos com aplausos por quem estava no Assembleia. “Nós entendemos que o funcionário dos Correios não tem dinheiro para pagar por uma escola particular para seus filhos, por isso estamos aqui hoje”, explica Pedro Paulo de Abreu Pinheiro – Pepê – presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintect-MG). Ele lembra ainda, que caso o arrocho salarial dos professores mineiros seja mantido, o mesmo poderá acontecer nos outros estados brasileiros.
Estudantes
Os universitários também marcaram presença no evento. Figura importante do movimento estudantil, Rafael Leal, presidente da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG), começou seu discurso dizendo que “o estudante prefere ficar sem aula a ter um professor passando fome dentro da sala”. Ele diz também que a greve não é o problema e sim a consequência de um problema causado pelo governo. Para sensibilizar os estudantes, Rafael lembra que “para sustentar a família, um professor precisa trabalhar 3 turnos e isso o impede de preparar bem uma aula”.
Ulisses Manoel é aluno de História da UFMG e resumiu em uma frase aquilo que certamente estava na mente de todos os presentes. “Essa luta não deve ser vista como de interesse apenas de categorias e sindicatos. Educação é uma luta universal”.
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