Profissionais da educação permanecem em greve mesmo com dificuldade financeira

Publicado em 14/09/2011

O CRESS-MG esteve ontem, 13/9, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde conversou com alguns professores sobre o impacto da greve em suas vidas. Os professores ocupam o local para continuar na “Luta em Defesa da Educação”.

Há 6 anos, o professor Nilton Barcelos dá aulas de matemática em Sabará. Casado e com um filho, ele diz que está carente de necessidades básicas desde que aderiu à greve, no dia 8 de julho. “Se com o salário de R$ 500,49 já era difícil pagar as contas, agora tudo piorou”. Muito emocionado, o professor explica que está se mantendo com a ajuda de amigos e de sua mãe. A quase cem dias de greve, a história de Nilton tem se tornado recorrente entre os adeptos da paralisação.

A professora de Filosofia e Sociologia, Maria Helena Batista, também conta com a ajuda de familiares para se manter durante a paralisação, mas se diz indignada por passar por tudo isso para exigir algo que é de direito dos professores – ou seja, o piso salarial. “O dinheiro está contado e tem dia que precisamos decidir entre comer ou vir até a Assembleia protestar”. Maria Helena acredita que este é o momento mais crítico desde o começo da greve, pois é a hora em que muitos sucumbem por não terem sequer condições de pagar a passagem para participar dos protestos.

Os professores entrevistados contam que o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sindi-UTE/MG) está recebendo doações de cestas-básicas para serem distribuídas entre os grevistas mais necessitados. Outro recurso que tem sido usado é o empréstimo consignado.

A implantação de um piso salarial não é a única reivindicação dos professores. Nilton diz que não é sindicalista e não costuma se envolver em movimentos de militância, entretanto, resolveu fazer parte dessa luta por uma questão pessoal. “O baixo salário é consequência da desvalorização da nossa profissão e isso não pode continuar assim!”. O professor acrescenta, ainda, que os educadores são preparados para formar cidadãos e as pessoas não têm consciência da importância que isso tem para a formação de uma sociedade mais igualitária.

Com aparência abatida, Nilton e Maria Helena se dizem entristecidos com a forma que as pessoas têm reagido aos protestos. “Ontem, enquanto estávamos acorrentamos ao redor do pirulito da Praça Sete, escutamos insultos de todo tipo”, comenta a professora, citando a intervenção que foi realizada ontem, no centro da capital. "O cidadão precisa pensar na greve como forma de melhoria da educação, que é benefício para todos, e não como sinônimo de baderna e engarrafamento das ruas de Belo Horizonte", aponta Maria Helena.

Apoio do CRESS-MG e de outros conselhos profissionais e sindicatos

Na noite de ontem, ocorreu uma reunião entre diversos sindicatos e conselhos profissionais, na sede do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas (Sindieletro-MG). O CRESS-MG esteve no encontro, em que ficou definido apoio maciço à greve dos profissionais da Educação. Além disso, o CRESS-MG, apoiador da greve desde o começo, reiterou que o seu espaço de comunicação está aberto para quaisquer divulgações que possam contribuir para a luta.

Nova Assembleia

Amanhã, às 14h, os professores e membros do Sind-UTE/MG se reunirão na Praça da Assembleia (BH) para debater o futuro da greve. O movimento vai contar com a presença de instituições como o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (SIND-Saúde/MG).

Até então os professores grevistas estão apenas investindo – tempo, dinheiro e muita força de vontade. O que eles esperam, agora, é que tanto investimento renda frutos e não mais prejuízos.

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